O vereador Ricardo Saad (PSDB), relator do processo de cassação do vereador Abílio Junior (PSC) na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, rebateu as acusações do parlamentar, garantindo que houve quebra de decoro por parte do social cristão.
Abílio acusa o tucano e os demais membros da Comissão de quererem cassar o seu mandato simplesmente por ele estar fazendo "o seu trabalho como vereador que, dentre outras coisas, é fiscalizar as ações do Executivo Municipal".
Ele também afirma que Saad e os vereadores Toninho de Souza (PSDB) e Misael Galvão (PTB) agem em conluio com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), com o intuito de tirá-lo do Parlamento.
Toninho de Souza é presidente da Comissão de Ética e Misael Galvão é presidente da Câmara. Na segunda-feira (17), Toninho chegou a registrar boletins de ocorrência, relatando ameaças em razão do processo de cassação de Abílio.
“Estamos sendo julgados e condenados por ações que só o próprio vereador Abílio teria que responder. Fiz um relatório estritamente técnico, com base no Regimento Interno, na Lei Orgânica e no Código de Ética. Estou sendo acusado de emitir esse relatório a mando do prefeito", explica Saad.
"Isso é uma tremenda mentira, pois levamos em consideração apenas os fatos narrados na representação, e ficou nítida a quebra de decoro por parte do nobre vereador”, rebate o parlamentar tucano.
Com relação à fiscalização, Saad afirma que Abílio cometeu excessos e, por diversas vezes, se utilizou do mandato humilhou e denegriu a imagem de trabalhadores da rede municipal.
“É, sim, papel do vereador fiscalizar os atos do Executivo Municipal, mas devemos observar os limites", diz.
O vereador também lembra episódios protagonizados por Abílio, como o escândalo na inauguração do novo Hospital e Pronto Socorro da Capital, e uma tentativa de invasão a casa do prefeito, com o objetivo de, supostamente, fiscalizar uma obra irregular.
Saad também avalia que Abílio tenta relacionar sua cassação à CPI do Paletó, sendo que seriam "duas coisas distintas".
"Assim como investigamos o vereador Abílio, eu também defendo que a CPI continue com o trabalho e finalize a investigação. Talvez muitos não se lembrem, mas eu assinei a CPI, e não fui eu quem a judicializou suspendendo assim os seus trabalhos”, finalizou.