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22/02/2020 às 14:30

Quer ter um animal silvestre em casa? Saiba como funciona a guarda provisória

Estão disponíveis para a adoção, os animais silvestres que terminaram o tratamento no Batalhão e não possuem condições de retornar ao habitat natural.

Luzia Araújo

Quer ter um animal silvestre em casa? Saiba como funciona a guarda provisória

Foto: Leiagora

O Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental resgatou 1.074 animais silvestre ao longo de 2019. Mamíferos, répteis e diversos tipos de aves estão na lista dos bichos recolhidos em situação de risco. Após resgate, eles recebem os cuidados médicos e depois retornam ao habitat natural, mas nem sempre o animal consegue voltar para o meio ambiente devido o enorme trauma que sofreu. 

Por isso, a unidade oferece a oportunidade de voluntários adotarem os bichinhos de forma temporária. O processo é conhecido como Guarda Provisória e pode ser aderido durante todo ano. Estão disponíveis para a adoção, os animais silvestres que terminaram o tratamento no Batalhão e não possuem condições de retornar ao habitat natural. 

O jornalista Luiz Guilherme Santos Vieira, de 29 anos, foi uma das pessoas que ganhou a guarda de duas araras. Ele descobriu a oportunidade fazendo uma matéria sobre o assunto. 

“Passei a pesquisar sobre o assunto e vi que eu tinha que construir um recinto em casa para receber o bicho de forma adequada e que não era guarda definitiva, mas provisória. Mesmo assim me interessei” contou. 

Depois de entender mais sobre o assunto, Luiz construiu um viveiro em casa e inicialmente, colocou pássaros adquiridos em lojas de agropecuária. Em seguida, construiu um espaço maior já voltado para receber os animais silvestres. 

“Entrei com todo o processo na Sema, os especialistas fizeram uma visita na minha casa para saber se estava tudo adequado e depois de um tempo trouxeram os animais. Foram duas araras. Uma Canindé e outra Azul”, lembrou. 

Como se tratava de uma espécie em extinção, a arara azul ficou apenas um mês na casa de Luiz. Ela foi destinada para um parque no Paraná para reprodução. Já a Canindé continua com o jornalista e se prepara para passar por uma cirurgia no bico. Ela foi resgatada de queimada e perdeu a parte de cima do órgão. 

“A Sema disse que ela vai passar por um projeto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para implantação de um bico de fibra, que está sendo construído em 3D. A Sema também já se disponibilizou em trazer outros animais caso a Canindé vá embora para aproveitar o recinto que construímos”. 

O processo

Os interessados devem solicitar a guarda pela internet no site da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). No link ‘Serviços’, o pretendente deve preencher o requerimento padrão, que consiste em um formulário especificando o interesse à guarda e a especificação sobre qual animal.  

Depois ir até a SEMA e entregar o formulário à Coordenação de Fauna. A pessoa deve levar uma cópia autenticada dos documentos pessoais (RG e CPF) e do comprovante de endereço, além da declaração de renda. 

Os técnicos da Secretaria farão a análise do perfil e retomarão o contato para orientações de adequação do ambiente para o recebimento do bicho. Para cada animal solicitado, a construção ou adequação de um recinto é diferenciada. Essa informação será dada quando os técnicos forem avaliar o local a ser destinado ao bicho.

Após a guarda concedida, os responsáveis pelos animais ficam sujeitos à fiscalização conjunta dos órgãos ambientais. A guarda tem a durabilidade de dois anos, podendo ser renovada. 

O processo de ‘guarda provisória’ é resguardado pela Resolução n° 457/2013 do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e confere alguns termos para a guarda de animais silvestres, garantindo assim a integridade de cada espécie. Esse dispositivo especifica, por exemplo, que a guarda é intransferível e orienta o ‘depositante’ quanto à convivência com o animal, que obedece todo um requisito que deve ser respeitado.

A tenente do
Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental, Joelma D. Carvalho de Melo, disse que a guarda provisória é importante para o bicho receber um carinho especial e individual. “Aqui eles ficam acomodados em grupo. Então, disponibilizamos um tratamento coletivo para eles. Se o animal puder ter um lar que cuide e ofereça um carinho especial e individual é melhor ainda”. 

A militar disse ainda que a iniciativa não é fomentar que as pessoas capturem animais silvestre para tê-los em casa e nem que o Batalhão queira se livrar dos bichos, pelo contrário o objetivo é incentivar a educação ambiental com o trabalho que o voluntário vai desenvolver na lida com o animal.

“Como o processo não é tão simples, já se espera que a pessoa que seja voluntária tenha uma atenção especial e o compromisso de estar realmente cuidando do animal. A ideia não é nós livrar dos bichos, mas sim que as pessoas possam também receber uma educação ambiental com o trabalho que ela vai desenvolver na lida com o animal”.

Saiba mais

As onças (pintada e parda); jaguatirica e arara azul foram os animais mais raros resgatados de situação de risco pelo Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental em 2019. O mês que o resgate foi mais intenso foi em janeiro.

Dentre os animais, as aves foram os bichos mais resgatados e que mais retornaram ao habitat natural. Atualmente há 200 animais silvestres alojados nos recintos do Batalhão. 

Do total de 1074 bichos resgatados de janeiro a dezembro de 2019, 674 animais foram soltos em seu habitat natural, destinados para outros institutos, fugiram ou entregues para guarda provisória.
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