Candidato pelo PSD à eleição suplementar, que visa preencher vaga mato-grossense no Senado, o ex-vice-governador Carlos Fávaro reconhece que o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), é importante. No entanto, acredita que outros nomes podem driblá-lo e representar apoio tão importante quanto esse: Blairo Maggi (PP) e Mauro Mendes (DEM).
“É o peso do presidente da República. Ele vai mostrar a representatividade dele. É legítimo e democracia é isso”, comentou Fávaro sobre a interferência de Bolsonaro na disputa.
Na quarta-feira (11), o presidente participou, ao vivo, da convenção do Patriotas, que lançou a coronel Fernanda Rúbia como candidata ao Senado. A eleição está marcada para o dia 26 de abril, para preencher vaga deixada por Selma Arruda (Podemos).
Cassada por caixa dois e abuso de poder econômico, ela também levou a fama de ser a “candidata do Bolsonaro” e foi a mais votada em 2018, com mais de 678 mil apoiadores.
Fávaro, porém, que foi o terceiro mais votado em 2018, também ganhou apoio importante entre os eleitores de Mato Grosso. A poucos dias da convenção, a especulação sobre quem receberia o apoio do ex-ministro Blairo Maggi também passou a apontar - e mais tarde viria a ser confirmada - aliança com Fávaro.
Questionado pelo Leiagora sobre quem teria mais força em Mato Grosso, Bolsonaro ou Blairo, Fávaro respondeu entre risos: “Blairo Maggi é o grande líder de Mato Grosso”.
Segundo o presidente do Progressistas no estado, deputado federal Neri Geller, o ex-ministro participou ativamente das discussões que definiram apoio a Fávaro.
Mas o candidato também conta com o apoio do governador Mauro Mendes (DEM), que não se posicionou oficialmente em seu favor. Aliás, na convenção do Democratas, que lançou Júlio Campos para a eleição suplementar, cartazes indicavam que Mauro o apoiava, ainda que ele não estivesse presente.
Cabe destacar, contudo, que Mauro entrou com duas ações na Justiça Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal que poderiam ajudar Carlos Fávaro a chegar ao Senado.
É que, com a cassação de Selma, Fávaro, como terceiro mais votado, passaria a assumir a vaga. E foi isso que Mauro pediu ao Supremo - e foi atendido. Eles aguardam, no entanto, o fim do rito de cassação que corre no Senado.
Na Justiça eleitoral, por sua vez, o governador pediu o adiamento da eleição, para que fosse unificada com as eleições municipais, marcadas para outubro. O Tribunal Superior Eleitoral, porém, negou o pedido.