27/03/2020 às 07:05
Camilla Zeni
Diversas projeções sobre como pode se comportar o coronavírus em Mato Grosso surgiram nos últimos dias. No entanto, segundo o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, não é possível tomar decisões baseadas em nenhuma delas. Isso porque o cenário do vírus ainda é incerto.
Em coletiva de imprensa na tarde de quinta-feira (26), Figueiredo destacou que seriam necessários pelo menos 50 casos confirmados para que os traços do novo coronavírus - considerado pandemia pela Organização Mundial de Saúde - sejam mais precisos.
“Não dá para, nesse momento, fazermos uma projeção dessa magnitude. Nós vamos ter condições de desenhar um cenário mais próximo da realidade a partir do momento em que tivermos o caso 50 no estado. Ai sim as estatísticas serão mais precisas nesse ponto”, explicou Figueiredo.
A resposta se deu ao questionamento diante do alarmante número apontado pelos Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho, em ofício encaminhado ao governo também nessa quinta-feira. Segundo os órgãos, as estatísticas científicas apontam para 8 mil mortes por coronavírus em Mato Grosso caso o Estado voltasse a liberar a circulação da população.
Nessa semana, Mato Grosso viveu quase sob quarentena, com a restrição de abertura de diversas atividades econômicas, fechamento de escolas e determinação para isolamento social. No entanto, em novo decreto dessa quinta-feira, o Estado liberou alguns setores, incluindo shoppings e bancos.
O Ministério Público alertou, uma vez que a doença é altamente contagiosa e deixou números alarmantes pelo mundo: 523 mil casos confirmados e 23,6 mil mortes causadas pela infecção. No Brasil as estatísticas apontam para 2.915 casos confirmados e 78 mortes. Já na realidade local, em Mato Grosso, são 11 casos confirmados e 385 suspeitos.
Ainda assim, o Estado é relutante em voltar atrás no novo decreto. Figueiredo afirmou que se reuniu com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em conjunto com o governador Mauro Mendes. Ambos decidiram seguir com “a estratégia” e devem manter a liberação das atividades.
“É muito prematuro para tomar decisões dessa natureza [isolamento]. Temos ainda apenas 11 casos confirmados e nenhum caso grave. Nenhum paciente demandou nossa assistência hospitalar”, justificou o secretário.
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