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30/03/2020 às 16:12

Coronavírus: aeroporto em MT ainda não tem ações para monitorar viajantes

Anvisa diz que governadores são livres para adotarem medidas extras de controle

Camilla Zeni

Coronavírus: aeroporto em MT ainda não tem ações para monitorar viajantes

Foto: Rafaella Zanol/Secid-MT

Uma estudante que chegou da França, um chefe de cozinha vindo da Itália, um empresário de Portugal. Todos voltaram da Europa há cerca de um mês, quando já se alastrava a pandemia do novo coronavírus. Ainda assim, nenhum deles encontrou grandes dificuldades para chegar ao destino em comum: sua terra, Mato Grosso.

Na teoria, os passageiros de voos que aterrissarem no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande, já deveriam estar passando por um controle sanitário desde o dia 25 de março. Ao menos foi isso que anunciou, dias antes, o governador do Estado, Mauro Mendes (DEM).

Contudo, as medidas mais enérgicas de fiscalização estão tendo que esperar. Conforme o secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, o governo estaria aguardando posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Infraero, uma vez que o aeroporto é área de legislação federal.

A medida de contenção  anunciada pelo governador tinha como foco principal os voos que saíssem ou passassem por São Paulo. Isso porque, já naquela época, o estado era o ente federativo com maior aumento de casos e mortes confirmadas pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. 

Em dados atuais, dessa segunda-feira (30), foram 98 pessoas que perderam a vida pelo contágio com o vírus e 206 ainda lutam pela sobrevivência nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O número de pessoas infectadas no estado também já ultrapassa 860 vidas.

Procurada pela reportagem do Leiagora, a Anvisa informou que monitora todos os voos que chegam ao Brasil, mas nos pontos de entrada. Ainda segundo a agência, o controle está sendo feito desde o início do ano e, portanto, antes do início da identificação da doença no Brasil. 

Entre as medidas adotadas pela Anvisa nos aeroportos estariam a higienização frequente dos ambientes e medidas de orientação voltadas à população. 

Sem medir temperatura
Em relação à medição de temperatura realizada em alguns aeroportos, como o de Guarulhos (SP), a Anvisa informou que a aferição não faz parte das medidas protocolares já que não há “fundamentos científicos” para a sua realização e que aumenta o risco de aglomeração nos aeroportos.

Pelas informações enviadas, também é possível destacar que cabe aos passageiros que estiveram em situação de risco informar o caso aos operadores do voo. Os clientes com suspeita de infecção são encaminhados para atendimento de saúde local, segundo as diretrizes do Plano de Contingência do ponto de entrada.  

“A detecção de alteração de temperatura só seria possível se o passageiro estivesse manifestando os sintomas no exato momento do desembarque, podendo ainda ser mascarada pelo período de incubação da doença ou pelo uso de medicamentos antitérmicos. Além disso, o aparecimento de febre pode ser relacionado a outros fatores clínicos do viajante, não relacionados à Covid-19”, informou.

Outra orientação passada pela Anvisa é que os viajantes que estiverem sem sintomas devem desembarcar e observar as orientações gerais divulgadas à população pelo Ministério da Saúde.

No caso, como todos os voos internacionais estão sendo considerados de origem de local suspeito, os viajantes devem se manter em isolamento social.

A Anvisa também destacou que os governadores estão liberados para adotarem medidas extras de controle nos aeroportos.

O que diz o aeroporto
O Leiagora também procurou a gestão do Centro Oeste Airport, concessionária do aeroporto Marechal Rondon, COA, para saber sobre as medidas adotadas por lá. Segundo a administração, os materiais informativos sobre o vírus, disponibilizados pelas autoridades da área da Saúde, seguem veiculados em avisos sonoros e cartazes.

Além disso, a administração informou que tem adotado medidas de intensificação da higienização das superfícies e pontos de contato frequente com álcool 70%.

Consta ainda que foram instalados dispensers de álcool gel nas áreas de grande circulação, que houve aumento na rotina de higienização das longarinas e de limpeza de sanitários, vestiários, salas de reunião e que foram repassadas orientações para os colaboradores que têm contato direto com os passageiros.

Na semana passada o aeroporto também foi ponto de ação do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, que, sob orientação do governo, fez a desinfecção do local.
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