Com dificuldades respiratórias e suspeita de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, o aposentado Severino Gaieski, de 54 anos, viu a angústia aumentar ainda mais ao ter que acionar a Justiça para garantir uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Lucas do Rio Verde (330 km de Cuiabá).
A ação foi protocolada pela Defensoria Pública, que conseguiu a transferência depois que Severino foi internado às pressas em um hospital particular.
Conforme o defensor público Ubirajara Vicente Luca, que atua na comarca de Sorriso (400 km de Cuiabá), o quadro clínico do aposentado se agravou rapidamente, principalmente porque ele não apresentava sintomas da doença e, portanto, não a tratava. No entanto, cerca de quatro horas depois de dar entrada no hospital, ele já precisou ser entudado.
A família não encontrou uma vaga de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro momento, então o paciente foi internado na rede particular, acreditando que o problema seria resolvido em pouco tempo. O dinheiro para o pagamento das diárias foi levantado por meio de “vaquinha” entre amigos e familiares.
“Como ele acabou ficando mais dias no hospital, a família não tinha condição de pagar e procurou a Defensoria na terça-feira (24) à noite. Entramos com a ação na mesma noite para que o Estado providenciasse uma vaga de UTI na rede pública, o Estado disponibilizou essa vaga em Lucas do Rio Verde, 65 km de Sorriso, e ele foi transferido na manhã seguinte”, explicou o defensor.
Translado
Houve um impasse sobre quem faria a transferência. Para não ter que pagar mais uma diária no hospital, a família acabou custeando o translado para depois, com o auxílio da Defensoria, conseguir ser ressarcida dos gastos.
“Ficamos preocupados devido ao estado de saúde dele e pelo fato que não tivemos resposta do município de Sinop, responsável pelo transporte para Lucas do Rio Verde, conforme determinava a liminar. Como não conseguimos o transporte, fizemos através da home care particular e ocorreu tudo como previsto, sem nenhuma intercorrência”, relatou Glaucia Gaieski, 42 anos, esposa de Severino.
A comerciante elogiou o atendimento da Defensoria. “Foi excelente, ágil, sem burocracia, e prestou toda assistência até a transferência para o hospital de Lucas do Rio Verde”, disse.
O quadro de saúde de Gaieski, que ficou diagnosticado como penumonia bacteriana, apresenta melhoras, mas ainda requer assistência intensiva. O exame de Covid-19, divulgado nesta segunda-feira (30), teve resultado negativo.
“É importante que as pessoas tomem conhecimento da Defensoria Pública, um órgão que está pronto para acolher nesses momentos difíceis, fazendo respeitar nossos direitos de cidadão, agindo com seriedade, rapidez, sem burocracia”, destacou Glaucia.
Com assessoria