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Notícias / Agro e Economia

05/04/2020 às 10:12

Feirantes relatam dias de angústia e vivem de 'reservinha'

Mesmo produzindo algumas coisas no sítio, Andreia e a família precisa de outras coisas para viver

Luzia Araújo

Feirantes relatam dias de angústia e vivem de 'reservinha'

Foto: Reprodução

Com as feiras livres paralisadas em Cuiabá, os feirantes relatam que estão sobrevivendo com “reservinha” que tinham em casa e não sabem até quando o dinheiro vai durar. Além disso, eles estão perdendo os alimentos que poderiam estar na mesa dos consumidores. 

Há 14 anos trabalhando nas feiras livres da cidade, a produtora e feirante Herlete dos Santos Rebeca Hiasohiama, nunca deixou de criar, colher e vender as verduras, animais, leite, doces e queijos que produz no seu sítio, que fica na BR-070, município de Livramento. 

Quando recebeu as ligações dos amigos de barraca informando que as feiras estavam paralisadas devido às medidas de prevenção para evitar a propagação do Coronavírus, Herlete levou um choque e ficou desorientada, sem saber o que fazer. Véspera de mais um dia de trabalho, ela já tinha galinha, porco e outro produtos prontos para vender. 

“Sou feirante, produtora e dependo das coisas do sítio para viver. Agora estamos nessa situação. Não está sendo fácil. Só não estou em pânico, porque tínhamos uma reservinha”, disse a mulher, que vive com os três filhos e a única renda da família é o que fatura vendendo os produtos nas feiras. “Está sendo bem complicado mesmo”, ressaltou. 


A feirante disse que os produtos que tinha preparado para vender, a família consumiu ou doou aos vizinhos e amigos, porém as verduras estão se perdendo nas plantações.

A situação não é diferente na região da Praia Grande, em Várzea Grande, onde está o sítio da feirante Andreia do Nascimento. Ela também está usando o “dinheirinho” que tinha em casa e recebendo ajuda de parentes para viver nesses dias sem feira.

"Estamos comprando só o básico para ver se conseguimos manter a casa até o retorno das feiras. O nosso dinheiro não é igual ao do assalariado. Se trabalharmos, temos. Se não, ficamos sem comer e sem beber”, ressaltou.

Parada em casa, Andreia disse que perdeu as verduras que tinha para vender,  sendo que o quiabo e o limão ela cultiva no sítio em que vive. “Estou preocupada de chegar ao ponto de falta o que comer”, desabafou. 

Mesmo produzindo algumas coisas no sítio, Andreia e a família precisa de outras coisas para viver que eram adquiridas com dinheiro do trabalho na barraca, além de ter que pagar as contas.

A feirante participava de feiras em três dias da semana, em diversos bairros de Cuiabá e chegava a lucrar R$700 no trabalho na barraca. “Com esse dinheiro conseguíamos comprar o gás e manter a casa com o básico do básico”. 

Além de Andreia, outras três pessoas moram na casa, entre elas uma criança de cinco anos. “Espero que essa paralisação acabe logo, porque isso está prejudicando muita gente”. 


Herlete também deseja que as feiras retornem em breve. “Hoje o meu maior desejo é que tudo volte ao normal, que encontrem a cura para esse vírus e que todo mundo possa voltar a trabalhar normalmente”. 
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