Depois de ver o Senado confirmar, nesta quarta-feira (15), a decisão judicial que cassou seu mandato, a juíza aposentada Selma Arruda disse respeitar a decisão dos colegas senadores, mas acreditar que “vontades políticas com intenções obscuras” prevaleceram no seu julgamento. Agora, ela deve dedicar seu tempo à advocacia.
Em nota encaminhada à imprensa, a juíza disse estar tranquila quanto a decisão do Senado, e “certa de que sempre pautou sua trajetória com retidão dos seus atos como magistrada e parlamentar”.
Contudo, a senadora voltou a falar que “vontades políticas com evidentes intenções obscuras prevaleceram no seu julgamento, o que fere a soberania do sufrágio popular e a obediência aos princípios do contraditório e ampla defesa”.
O argumento vem sendo usado por Selma Arruda desde que o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) decidiu pela cassação do mandato, ainda em abril de 2019. Segundo a Justiça Eleitoral, ela omitiu um gasto de pouco mais de R$ 1,2 milhão na declaração enviada ao TRE.
Antes da cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, Selma chegou a comentar, da tribuna do Senado, que lutar contra a corrupção “não é fácil”.
“A corrupção é um crime que é muito mais grave do que um homicídio, latrocínio, um estupro, do que pedofilia, do que qualquer coisa. A corrupção mata milhares de pessoas e passa batida. A corrupção não tem um nome, não tem uma vítima", disse na ocasião.
E completou: "Ela compra almas. Ela promete muita coisa que depois não vai cumprir. É uma espécie de lúcifer materializado aqui entre nós. E lutar contra isso não é fácil, porque onde existe poder e dinheiro a gente sabe que a mera sinceridade e boa vontade, talvez não sejam suficientes”.
Agora, oficialmente cassada no Senado, a juíza aposentada disse que deve ocupar seu tempo com a advocacia, “e lutar para que outros cidadãos não tenham seus direitos cerceados como ocorreu no seu caso”.