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Notícias / Agro e Economia

28/04/2020 às 08:14

Em meio às crises, retorno de atividades no comércio deve ser lento

Segundo os representantes do comércio, algumas empresas vão precisar de anos para se recuperar

Camilla Zeni

Em meio às crises, retorno de atividades no comércio deve ser lento

Foto: Luiz Alves/Secom

Os empresários mal conseguiram se recuperar da forte crise econômica que assola o país desde meados de 2014 quando foram surpreendidos pela pandemia do novo coronavírus. Preocupação mundial, o vírus altamente contagioso provocou uma série de mudanças na rotina da população, entre elas o fechamento do comércio.

Pouco mais de um mês depois, o comércio voltou a abrir as portas nessa segunda-feira (27), em Cuiabá. No entanto, na avaliação de empresários do setor, o retorno das atividades deve ser lento. 

“A gente imagina que não vai ter um fluxo alto de pessoas, por isso estamos preparando com muitas orientações o comércio. Ainda existem muitas dúvidas na cabeça da sociedade, muitos medos e receios. Não é de uma hora para outra que as pessoas vão sair fazendo compra”, avalia Fábio Granja, superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Cuiabá.

A conta feita pelo representante da CDL é simples: com a pandemia, uma crise econômica ressurgiu, prejudicando principalmente os pequenos e médios empresários. Consequentemente, muita gente foi demitida de seus empregos e, com receio do futuro, tendem a segurar suas economias.

“Sem emprego não tem como. Não tem renda, não tem venda e não tem movimentação na economia. E a gente tem encontrado algumas dificuldades”, disse. 

Segundo Fábio, o grande movimento na reabertura do comércio em Várzea Grande, que provocou aglomeração em diversos pontos do município, foi uma coincidência, um caso de exceção. Ele explicou que a data coincidiu com as primeiras liberações do auxílio emergencial para famílias de baixa renda e profissionais autônomos, nos valores de R$ 600 ou R$ 1,2 mil.

“Tem um trabalho árduo pela frente que é mostrar esse nível de segurança, para que a população não tenha medo”, avaliou. O superintendente destacou que a CDL vai atuar como fiscalizadora das medidas de prevenção ao novo coronavírus, também como forma de passar segurança à população que deseja fazer suas compras.

Mesmo com a medida, porém, recuperar o faturamento perdido não vai ser fácil. Talvez impossível para algumas pequenas empresas. Para outras, o patamar de antes da pandemia pode até retornar, mas deve levar meses ou até anos, segundo o superintendente.

Fábio explicou que cerca de 70% das empresas locais precisaram fechar a operação completamente nesse período, sendo que os 30% que conseguiram se manter descobriram uma nova forma de fazer negócio. Com esse cenário, apesar de um pensamento otimista, as projeções se tornam incertas.

“Recuperar a economia é um baita desafio. Se formos olhar a crise que tivemos, praticamente três anos depois que fomos começar a sair dela. Esse cenário atual é totalmente novo, um cenário que nunca vivemos. É um mercado que está mudando, vai ter um pós-pandemia aí. É claro que vamos nos recuperar, o otimismo vai prevalecer dentro do nosso meio, mas vai levar meses, até mesmo anos, para voltarmos ao patamar que a gente precisaria”, finalizou.
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