Em novo depoimento junto à Comissão Parlamentar de Inquérito do Paletó, que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), o servidor Valdecir Cardoso garantiu que não foi o responsável por instalar a câmera no gabinete de Silvio César Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa.
“Não fui eu, não tenho capacidade para isso. Apenas fui usado para fazer o enquadramento da imagem. Me colocaram sentado para ficar a imagem”, afirmou o servidor.
As câmeras referidas no depoimento são as que flagraram Emanuel Pinheiro recebendo dinheiro, que supostamente seria de propina. O prefeito na época era deputado estadual.
Valdecir ainda afirma que não tinha conhecimento do pagamento de propina aos deputados estaduais à época e não sabia qual a finalidade da câmera. “Fiquei sabendo o porquê da câmera pela mídia, quando o Silvio fez a delação. Também não tinha conhecimento do pagamento de propina. Eu apenas filtrava quem entrava no gabinete do Silvio”, disse.
Vale lembrar que, o servidor registrou uma declaração em cartório, na qual ele afirma que o dinheiro recebido por Pinheiro era para pagamento de uma pesquisa eleitoral contratada pelo ex-governador com a empresa do irmão do atual prefeito da Capital.
Com relação a isso, ele afirma que tomou essa atitude para se resguardar. Segundo ele, no dia em que os deputados foram filmados, Pinheiro chegou posteriormente e entrou pela recepção e não pelos fundos como os demais.
Além disso, afirma que era cobrado frequentemente pelo Marcos Polo, o irmão do prefeito, sobre as pesquisas.
“Ele me cobrava todos os dias, porque o telefone do Silvio ficava comigo. Eu passei isso para o Silvio e ele me disse que iria resolver com o deputado Emanuel. Como ele chegou pela recepção e não estava nos fundos com os demais deputados, eu deduzi que seria o pagamento da pesquisa. Fiz a declaração para me resguardar, pois já estava respondendo um processo por falso testemunho”, completou.
Questionado se ele teria algum tipo de relação com Pinheiro ou com seu irmão, Valdecir nega. “Não tenho nenhum vínculo com o deputado Emanuel Pinheiro, e nem com o seu irmão”, finalizou.
Na avaliação do presidente da CPI, Marcelo Bussiki (DEM), o depoimento do servidor foi pouco esclarecedor, já que ele se esquivou de diversas perguntas. Agora a Comissão dá sequência às oitivas na próxima semana, com o depoimento do Cleverson Coxinha, apontado como a ponte entre o diálogo do ex-secretário Alan Zanatta e o Silvio Correa. A tendência é que a oitiva seja realizada na próxima quarta-feira (20).
