Diante da reusa do empresário Marcos Polo, o “Popó”, proprietário do Instituto Mark de Pesquisa, em prestar depoimento junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Cuiabá para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), o vereador Felipe Wellaton (Cidadania) protocolou um requerimento solicitando a convocação da também sócia da empresa, Barbara Pinheiro, esposa do Popó, irmão do chefe do Executivo Municipal.
Ela, inclusive, responde pela Secretaria de Recursos Humanos do Parlamento Municipal desde o início desta legislatura. O documento solicitando a convocação foi recebido pelos membros da CPI durante reunião remota realizada na manhã desta quarta-feira (27), e deverá ser apreciado em sessão especial ainda a ser convocada.
Popó se recusou a comparecer a oitiva alegando parentesco direto com o prefeito, se embasando no artigo 206 do Código de Processo Penal. A CPI foi informada sobre o fato por meio de um ofício protocolado pelo advogado do empresário, Francisco Faiad.
Os vereadores Marcelo Bussiki (DEM), Toninho de Souza (PSDB) e Sargento Joelson (SDD) lamentaram o posicionamento do empresário. “Realmente assiste a razão apresentada para o não comparecimento, por ele ser irmão do investigado, mas é lamentável isso. Ele poderia esclarecer a situação sobre o recebimento daquele dinheiro para o atual prefeito de Cuiabá, e deputado estadual à época dos fatos, pois foi alegado que aquele era dinheiro para pagamento de pesquisa eleitoral”, pontuou Bussiki, presidente da CPI.
“Entendemos a legalidade dos argumentos apresentados, mas é um fato lamentável. Já tivemos outras oitivas canceladas por recusa dos convocados, e isso acaba prejudicando os trabalhos da CPI”, completou Joelson, membro do grupo.
Toninho, por outro lado, preferiu não polemizar sobre a ausência de Popó. “Neste momento vamos apenas acatar esse posicionamento, pois está dentro da legalidade. Como relator do processo, não cabe a mim fazer nenhum juízo de valor”, completou.
A próxima oitiva da CPI do Paletó está marcada para quarta-feira (3). Desta vez, quem deve prestar depoimento é o ex-deputado estadual José Riva. A convocação ex-parlamentar teve como embasamento o depoimento prestado pelo ex-governador Silval Barbosa junto à CPI.
O ex-gestor compareceu ao Legislativo Municipal no início do ano e, na oportunidade, revelou que pagava mensalinho aos deputados estaduais a época que ele respondia pelo Palácio Paiaguás, e que o ex-parlamentar poderia dar mais detalhes sobre o assunto.
Acontece que, até o momento, a CPI não conseguiu notificá-lo. “Estamos tentando notificá-lo. Já fomos mais de cinco vezes a sua residência, mas até agora não conseguimos. Vamos continuar tentando para que ele compareça e esclareça os fatos referente ao pagamento do mensalinho, que o prefeito Emanuel Pinheiro também teria recebido”, finalizou Bussiki.
