Se o crescimento no número de casos do novo coronavírus em Mato Grosso na última semana já chamou a atenção, a população deve ficar atenta. A previsão, segundo o secretário de Saúde estadual, Gilberto Figueiredo, é de que a quantidade de casos diagnosticados dobre nas próximas duas semanas.
“A medida em que vamos tendo mais gente infectadas, a tendência é que aumente o número de infectantes em circulação, e, com a flexibilização [das medidas], muito provavelmente vai aumentar. Eu acredito que nos próximos 15 dias praticamente vamos ter dobrado o número de casos em Mato Grosso”, avaliou o secretário, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29).
Gilberto também destacou que os cidadãos precisam dar sua contrapartida frente ao combate ao novo coronavírus, evitando a circulação desnecessária, e lamentou: “Parece que a população acha que não existe pandemia”.
Nessa quinta-feira (28), a Prefeitura de Cuiabá anunciou a liberação de bares, restaurantes e shoppings centers para o retorno das atividades. Embora tenha alegado compreender o lado dos empresários, Gilberto também destacou a preocupação com a saúde da comunidade e pediu que as pessoas se questionem se é realmente imprescindível a presença delas nos shoppings nesse momento.
Volta do isolamento
Com a estimativa de aumento e projeção de pelo menos 4 mil casos diagnosticados nas próximas semanas, o secretário também não descartou a possibilidade de retorno das medidas mais restritivas de isolamento em Mato Grosso.
Para Gilberto, esse isolamento deve ser provocado pela própria população, que deve passar a perceber com mais seriedade o agravamento da doença.
“Acredito que, se isso acontecer, a própria população vai pedir [o isolamento]. A população vai começar a sentir o temor, verificar que o que achávamos que estava longe da gente vai ficando próximo. Daqui a pouco os óbitos vão começar a ter identidade. As pessoas muito próximas da gente vai começar a ser acometida com isso e vai começar a ter um alerta maior”, comentou.
O secretário finalizou fazendo um apelo para que a população enxergue o vírus com a seriedade que ele exige e lembrou que o Brasil já registrou mais de 26 mil mortos devido a doença. Gilberto ponderou ainda que é provável que o país atinja a marca de 100 mil mortos em razão do vírus e lembrou que, apenas nessa quinta-feira, Mato Grosso registrou sete mortos pela doença.
“Será que isso é ficção? Será que o que a gente assiste que está acontecendo no Maranhão, Amazonas, Pará, São Paulo, Rio, é ficção? Covas sendo feitas com retroescavadeira, num ritmo acelerado para conseguir enterrar as pessoas. É muito triste que as pessoas sejam céticas e não estejam entendendo que estamos num momento jamais vivido no país. É grave”, finalizou.
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