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01/06/2020 às 13:42

Pais reclamam da falta de transparência sobre custos e ineficácia de videoaulas

Para tentar solucionar o problema, os pais organizaram comissões para tentar reduzir mensalidade em escolas privadas de Cuiabá

Maria Clara Cabral

Pais reclamam da falta de transparência sobre custos e ineficácia de videoaulas

Foto: Ilustrativa

Insatisfeitos com os serviços ofertados pelas instituições privadas de ensino durante distanciamento social, pais e mães se organizam em grupos e formam comissões de negociação para tentar reduzir o valor das mensalidades em escolas de Cuiabá.

Falta de transparência sobre custos e ineficácia de videoaulas, no ensino infantil e fundamental, são algumas das reclamações. Clientes de três colégios salesianos da capital conversaram com a reportagem.

Pamela é uma das mães que, junto a outros pais de alunos, realizou um abaixo-assinado no início de abril para pedir ao colégio descontos na mensalidade, mas não tiveram sucesso. “Nos foi respondido que eles não reduziriam os valores da mensalidade porque cumpririam com seus compromissos”, lembra.

Com a negativa, foi criada uma comissão com 14 pais que, segundo ela, teve a adesão de 600 famílias de alunos, para formalizar as negociações. “Enviamos o requerimento formal para a escola, hoje é o prazo de resposta, mas até agora eles não se manifestaram”.

No documento, o grupo pede a suspensão do contrato do berçário – já que não há formas de prestar o serviço em distanciamento – e descontos de 70% para educação infantil, 50% para ensino fundamental e 30% para ensino médio, enquanto durar a suspensão das aulas.

“Nós pedimos esses valores para gente abrir uma negociação. A comissão dos pais só quer ser ouvida. Muitos escolheram a escola pela qualidade, mesmo não tendo poder aquisitivo”, ressalta Pamela.

Além da substituição das aulas presenciais por aulas online e falta de maturidade das crianças da educação infantil para fixação de conteúdo nesse formato, eles também consideram a incerteza de retorno das aulas no ano corrente.

Como resposta às insatisfações, ela conta que escola enviou aos responsáveis pelos alunos um formulário para ser preenchido com informações sobre despesas mensais da família para que estudar um desconto. “Mas isso é quase uma quebra de sigilo. A gente quer que algo seja feito pelo coletivo”, reclama.

Aline, que também é mãe de crianças em educação infantil e fundamental em escola privada de Cuiabá, usou o whatsApp para criar, no último sábado (22), um grupo que já reúne cerca de 200 responsáveis pelos alunos da escola das filhas. Junto a outras mães advogadas, elas elaboram documento para uma nova tentativa de negociação nas próximas semanas.

A mãe chegou a cancelar a matricula de uma das filhas, de 3 anos, e conta que a providência tem sido comum entre os pais diante da negativa de descontos. Ela chegou a conseguir ser ressarcida pela escola pelos meses de abril e parte de maio, mas não teve acesso a planilha de custos que também foi solicitada.

Em um terceiro colégio da capital, pais também se organizam virtualmente em grupos e aguardam reuniões com a diretoria. “O objetivo é redigir um abaixo-assinado”, conta Cristina, que organiza a comissão.

Reclamações

Com um pequeno de 6 anos, matriculado no 1º ano do ensino fundamental, e um casal de gêmeos de 3 anos, no maternal II, Pamela reclama que o sistema de aulas online implantado pelo colégio não contempla a carga horaria contratada.

“O contrato estabelece aulas de 4 horas e as crianças tem ficado no máximo 2 horas em frente ao computador. O sistema bilingue eles cobram um valor extra na mensalidade, mas as crianças tinham aulas todos os dias e agora não estão tendo mais”, relata Pamela.

Segundo a mãe, a escola não demonstrou aos pais os gastos nesse período, como recomenda o Procon. “Nós soubemos que eles tão fazendo reformas nesse período, instalando placas de energia solar para reduzir ainda mais os custos da energia elétrica”, afirma Pamela.

Aline também aponta dificuldades das filhas de 3 e 7 anos com a didática pouco atrativa das aulas virtuais. “Imagina uma criança de três anos em frente ao computador para assistir? Um vídeo ou outro com a professora falando ela até chegou a assistir. Tinha que ser uma coisa mais lúdica, não sei”.

“A gente entende que é tudo novo, mas acho que a escola poderia ter se preparado melhor nas duas primeiras semanas de adiantamento das férias. Os vídeos ainda são muito ruins, os áudios são gravados muito baixos”, complementa.

Conciliar rotina doméstica para acompanhar as crianças também é uma dificuldade relatada pela mãe.

“Trabalhando eu também não consigo acompanha minha filha de 7 anos que está na segunda série. Ouvi muitas mães de outras turmas mais avançadas reclamarem que eles mandaram muita tarefa para casa sem explicação, com uma semana inteira de provas, com questões anuladas”.
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