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01/06/2020 às 17:56

Estudantes da UFMT na Colômbia conseguem recursos para voltar ao Brasil: ‘alívio’

Nessa quarta-feira, às 7h do horário de Bogotá, um voo coordenado pela Embaixada Brasileira fará a repatriação dos universitários

Camilla Zeni

Estudantes da UFMT na Colômbia conseguem recursos para voltar ao Brasil: ‘alívio’

Foto: Reprodução/

Depois de duas semanas de agonia, a saga dos estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deve chegar ao fim. Nesta segunda-feira (1º) a universidade conseguiu autorização para disponibilizar cerca de R$ 3,4 mil para cada um dos sete estudantes que estão na Colômbia por força da pandemia do novo coronavírus devido ao fechamento da fronteira. 

Os estudantes, que são alunos de mobilidade acadêmica internacional desde janeiro deste ano, dependiam de apoio do governo brasileiro para retornarem ao país, visto que a fronteira foi fechada para impedir a propagação do vírus. Nesta quarta-feira (4), às 7h do horário de Bogotá, um voo coordenado pela Embaixada Brasileira fará a repatriação dos universitários.

Para a estudante Beatriz Rodrigues Folha, de 22 anos, a resposta da universidade foi um alívio. “Os nossos pais ficaram muito preocupados com a situação, ainda mais porque teve muita falta de comunicação da Embaixada com outros setores”, contou a estudante de Saúde Coletiva ao Leiagora.

Segundo Beatriz, desde abril, quando a Embaixada articulou o último voo da Colômbia para o Brasil, um grupo de estudantes brasileiros que não conseguiu ser contemplado com a repatriação se reuniu pela internet para articular o retorno para casa. 

“O medo maior era perder a bolsa, porque ela dura até dia 13. Tivemos que nos movimentar, falar com mídia, nossos coordenadores, professores e a Secretaria de Relações Internacionais da UFMT para ver se eles conseguiriam nos manter aqui até um retorno”, contou.

Na semana passada, a UFMT anunciou uma bolsa de R$ 1,2 mil que seria paga mensalmente, até que os estudantes conseguissem retornar para o país. O valor deveria ser usado por eles para gasto com alimentação e moradia, visto que eles estão na Colômbia com financiamento das universidades locais.

No entanto, o dinheiro nem chegou a ser utilizado pelos estudantes, visto que conseguiram a confirmação do voo nesta segunda-feira. 

A pandemia na Colômbia
Morando em Tunja, no estado de Boyacá, a estudante conta que a pandemia do coronavírus na Colômbia parece muito mais controlada do que no Brasil. Por lá o governo instaurou medidas duras de isolamento, como o rodízio de carros e da própria população. 

O rodízio de “pessoas” funciona com o número da identidade. Em determinados dias apenas poderão sair de suas casas quem tiver a cédula de identidade terminada com um número específico. Em caso de descumprimento, multas e prisões são aplicadas.

“Eles estão conseguindo conter porque aqui o sistema de saúde não é público. Se a pessoa fica doente ela tem que pagar e não é um valor razoável”, explicou Beatriz. 

Mesmo sabendo que os casos de covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) estão crescendo desenfreadamente no Brasil, o desejo de voltar para casa vai além das dificuldades financeiras enfrentadas no país vizinho. É no Brasil que estão os refúgios dos universitários: seus pais. 


“Aqui a gente está mais seguro que no Brasil e temos total compreensão disso. Mas temos família no Brasil, não dá para ficar”, disse a universitária, acrescentando que sua mãe, uma professora da rede municipal de ensino de Cuiabá, está morando com sua amiga, para não ficar sozinha.

No caso de Beatriz, uma tragédia assolou a família duas semanas antes de seu intercâmbio. A morte da irmã, de 27 anos, que enfrentou um câncer por quase dois anos. “Minha mãe e eu achamos que era melhor eu fazer o intercâmbio mesmo assim, até para aliviar, mas não dá mais para ficar”.

Quando no Brasil…
O voo que fará a repatriação dos universitários pousa em Guarulhos (SP). De lá, cada um dos brasileiros trazidos pelo Itamaraty deverá arcar com os meios próprios para voltar aos seus estados. Não é o caso dos estudantes, porém.

Segundo Beatriz, todos os universitários tinham passagens compradas de retorno, mas, com os aeroportos fechados, ninguém consegue deixar o país. Trazidos pelo governo, a luta era para que as companhias aéreas adiantassem os retornos para Cuiabá, mas não foi preciso. Conforme a estudante, R$ 900 foram disponibilizados pela UFMT para que os estudantes comprem novos voos.

“A UFMT foi muito parceira. A Secri se mobilizou, acionou todo mundo e conseguiu nos dar esse auxílio. O medo era ficar em São Paulo, porque lá é o foco da pandemia”.

“Vários agentes públicos, parlamentares e até a Assembleia Legislativa de Mato Grosso foram acionados para auxiliar na articulação do retorno. Porém, devido ao curto prazo, a decisão foi tomada pela reitoria, mas a sensibilidade demonstrada pelos agentes públicos consultados me dá a certeza que a sociedade auxiliará a UFMT sempre que necessário”, disse o secretário de Relações Internacionais, professor Lucas Sousa após anunciar a liberação de recursos.
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