Caminhando para a reta final, a CPI do Paletó encontrou dificuldades em realizar o trabalho, principalmente com relação à realização de oitivas de testemunha.
Restando cerca de 40 dias para ser finalizada, o presidente da Comissão, vereador Marcelo Bussiki (DEM), acredita que o material colhido, até o momento, já é suficiente para derrubar a tese da defesa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) está caindo por terra.
“A tese da defesa de que é dinheiro de pesquisa eleitoral está caindo por terra. O que temos hoje na CPI, e inevitavelmente vai estar consignado no relatório, são as falas do Silvio Cesar de que é propina, do Silval Barbosa de que é propina, e do Valdecir de que é propina, mas a oportunidade de defesa já foi dada ao prefeito, e ele pode fazer a qualquer tempo”, pontua o parlamentar democrata lembrando que o convite para que o chefe do Executivo Municipal deponha na CPI já foi aprovado e encaminhado à sua defesa para eventual agendamento.
O emedebista está sendo investigado pela Câmara de Cuiabá por suposto recebimento de propina, à época que respondia como deputado estadual, e ainda obstrução de justiça, devido a um áudio apreendido pela Delegacia Fazendária em sua residência, o qual apresenta uma conversa entre Silvio Cesar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, e Allan Zanata, ex-secretário de Estado.
A CPI foi instaurada devido ao vídeo em que o prefeito aparece recebendo maços de dinheiro das mãos de dinheiros das mãos de Silvio.
“Espero que os fatos sejam esclarecidos com essa CPI. Aquele vídeo constrangeu Cuiabá, o cidadão cuiabano, e como o prefeito até o momento não esclareceu, que essa CPI dê uma resposta para a população”, enfatizou Bussiki.
Até o momento, a CPI colheu três depoimentos, sendo eles do Silva, Silvio Cesar e do servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a câmera que flagrou Pinheiro e outros deputados recebendo o que supostamente seria dinheiro de propina.
“Nós enfrentamos inúmeras dificuldades. O Silvio não queria vir no primeiro momento, nós não aceitamos; o próprio ex-governador entrou com mandado de segurança para não ser transmitida a oitiva, nós conseguimos derrubar, o próprio Valdecir também entrou na justiça e nós conseguimos derrubar. O Zanata teve êxito no seu mandado de segurança, e nós recorremos", comentou.
Apesar das dificuldades, o presidente da CPI ressaltou que foram inúmeras dificuldades para realização do trabalho, mas mesmo assim foi dado prosseguimento. "Recorremos das decisões do Judiciário, ganhando algumas, outras como do senhor Marcos Pólo Pinheiro perdemos”, pontuou.
No total, sete pessoas foram convocadas pela CPI. Além dos já ouvidos e de Zanatta, que ganhou o direito de não comparecer, o Cleberson “Coxinha” não foi encontrado para ser intimado.
O irmão do prefeito, o empresário Marcos Polo, se recusou a comparecer sob a alegação de parentesco com o investigado.
Ainda falta ser ouvido o perito judicial Alexandre Peres, responsável pela transcrissão do áudio encontrado na casa do prefeito. A oitiva dele está agendada para a próxima segunda-feira (15).
Também deve ser analisado ainda pela CPI a convocação de Barbara Pinheiro, esposa de Marcos Pólo e sócia do instituto de pesquisa.
Além de Bussiki, também integram a CPI os vereadores Toninho de Souza (PSDB) e Sargento Joelson (SD).
Briga na Justiça
Vale ressaltar ainda que a CPI do Paletó ficou parada devido às ações na justiça. Houve questionamento da oposição sobre as indicações de vereadores, até que veio uma decisão determinando a mudança dos membros.
O presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão, recorreu diversas vezes também para evitar a continuidade da CPI, mas acabou derrotado e os trabalhos foram retomados.
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