Os gestores públicos em Mato Grosso já alertaram que a preocupação com os avanços da pandemia do novo coronavírus tem ficado mais intensa a cada dia. No entanto, ainda se controlam quando o questionamento é quanto ao retorno do isolamento social no Estado.
Quando a pandemia passou a se acentuar no Brasil, ainda no fim de março, o governo de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá baixaram decretos proibindo aulas e o funcionamento de alguns setores econômicos que não eram considerados essenciais. A medida, no entanto, começou a ser suspensa no início de abril e, por fim, no início de junho os últimos setores voltaram ao funcionamento.
Ocorre que, na contramão da liberação das atividades e do aumento no fluxo de pessoas, o número de casos diagnosticados e mortes tem crescido de forma exponencial. Só entre 7 de maio e 7 de junho, por exemplo, conforme levantamento do Leiagora, foram pelo menos 3.613 pessoas infectadas e 99 mortes no estado. Usa-se a palavra “pelo menos” porque esses são apenas os dados oficiais, desconsiderando a subnotificação da doença.
Apesar de confirmar que os dados são preocupantes, o secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, não fala no bloqueio total das atividades - o chamado “lockdown”.
Ele diz que é preciso abrir o comércio e os bares porque os empresários não conseguem resistir a tanto tempo sem funcionamento. Mas ele também pede que a população não saia de casa para atividades desnecessárias.
Uma proibição mais severa, com a implantação do decreto de lockdown, pode vir a ser implantada caso Cuiabá passe a diagnosticar mais de 120 casos de infecção por dia.
“Se a gente chegar a 120, 130 por dia, acende a luz vermelha. Nós estávamos numa normalidade e toda essa subida é prevista. Está dentro de um planejamento que tínhamos e o prefeito tem esses dados”, avaliou, em entrevista à rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (9).
Conforme os dados divulgados pela Prefeitura de Cuiabá, a cidade já chegou a registrar, em um único dia, 131 novos diagnósticos de covid-19 - no último domingo (7). A média de novos casos diários nos últimos sete dias, porém, é de 65 infectados. No caso, seria necessário que novas 120 pessoas fossem infectadas diariamente para que a medida extrema fosse tomada.
Ainda nessa segunda-feira (8), o prefeito Emanuel Pinheiro destacou que "se houver um descontrole ou qualquer ameaça com possível descontrole", a prefeitura deverá decretar o fechamento das atividades.
Cabe destacar que, segundo o secretário de saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, o colapso no sistema de saúde público já se aproxima, uma vez que pelo menos três hospitais estão sem vagas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
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