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Notícias / Política

12/06/2020 às 12:29

Pinheiro diz que não responde mais a Mendes; Carvalho diz que prefeito faz teatro

A discussão dessa vez foi por meio de artigo de opinião divulgado nesta sexta-feira, dia 12

Kamila Arruda

Mesmo com o anúncio de uma possível reunião entre o governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para a próxima segunda-feira (15), a guerra entre o governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá parece estar longe de ter um final. Nesta sexta-feira (12), em pleno Dia dos Namorados, a troca de acusações se intensificou e foi por meio de artigos, tanto do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, quanto do próprio Emanuel.

E não tá faltando palavras de baixo calão. Mauro chamou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de “líder de si mesmo”. Isto porque, segundo ele, o chefe do Executivo Municipal não tem atuado no combate e enfrentamento ao novo coronavírus na capital.

“Ao atacar o Governo de Mato Grosso e se autointitular o novo "líder" estadual do enfrentamento à covid-19 (que por si só já é uma piada pronta), o prefeito esqueceu de uma situação muito importante: ele não é exemplo de nada e muito menos um bom ator”, disse. 

A crítica é em referência à live do emedebista realizada na quarta-feira (10), na qual ele convocou os prefeitos para uma videoconferência para debater a saúde no estado, alegando omissão por parte do governador. 

“Em quase quatro meses de pandemia, Emanuel "líder de si mesmo" não abriu nenhum leito de UTI. Ao contrário. Remanejou UTIs de outras especialidades - deixando os pacientes a ver navios - para supostamente atender casos de covid. Não satisfeito, chegou ao cúmulo de fechar 50 dessas UTIs remanejadas mesmo após receber dinheiro do Ministério da Saúde para mantê-las em atividade”, completou.

Para o integrante do primeiro escalão estadual, Pinheiro “se limitou a criar uma cortina de fumaça ao atacar o Governo do Estado e no fim, como de praxe, o ‘teatro’ estava armado”. "Enquanto Emanuel desperdiçava seu tempo na live atacando o Estado, por quase uma hora, nós estávamos há mais de três horas com os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho e o secretário de Saúde de Cuiabá, reunidos para discutir como melhorar, ampliar leitos e salvar vidas na nossa Capital. E, principalmente, definindo estratégias para auxiliar o município a conseguir respiradores e monitores”, rebateu.

Carvalho foi mais além e ainda citou a denúncia de um médico do pronto-socorro da Capital sobre suposta fraude nos respiradores. “Emanuel Pinheiro, quem quer ser líder precisa dar o exemplo. E que exemplo o senhor deu? Seria um bom exemplo de gestão, em plena pandemia, excluir 50 leitos de UTIs para Covid-19? Outro exemplo de gestão seria a contratação de drones por R$ 850 mil para serem utilizados em condomínios particulares? Ou melhor, a contratação de uma TV por R$ 539 mil para transmitir aulas”, criticou.

Também por meio de artigo, o prefeito não poupou críticas à gestão estadual e ainda garantiu que não irá mais responder aos ataques do democrata. “Diante do inegável descontrole emocional do governador Mauro Mendes em meio a uma pandemia que exige dos gestores conduta de estadista, equilíbrio, serenidade e principalmente, por respeito à população de Cuiabá, torno pública a seguinte posição: daqui por diante, não responderei  mais pela imprensa aos ataques de cunho pessoal que tenho recebido do governador. Minha reação a essas agressões se dará exclusivamente no âmbito da Justiça, feita por meio de uma representação para enquadramento na Lei de Contravenções Penais perante o Ministério Público Federal e outras que se fizerem necessárias”, garantiu.

Pinheiro afirma que não pode aceitar que palavras de baixo calão sejam associadas a ele, principalmente por conta do cargo que ocupa no município. “Tenho sido o principal alvo do destempero do governador, mas agora ele amplia sua hostilidade a outros prefeitos, aos quais me solidarizo integralmente. Essa atitude desrespeitosa atrapalha nosso estado. A Constituição não garante discricionariedade a um gestor, esteja ele na dimensão de qualquer cargo, para que se sinta no direto de xingar outras autoridades”, completa.

Para o emedebista, Mendes “subestimou a pandemia e não se planejou para enfrentá-la em um estado de dimensão continental”.  “Os prefeitos passaram a enfrentar enormes dificuldades no interior. Eles sabem que precisam mais que iniciativas pontuais para vencer os efeitos do novo coronavírus. E não encontram uma ação coordenada do executivo estadual. A sensação é que o governo está perdido, sem rumo. Essa ausência de articulação e de liderança impacta diretamente no sistema de saúde de Cuiabá, maior destino dos pacientes de outras cidades”, disse.

Com relação aos ataques sofridos pelos secretários de Mendes, o prefeito acredita que seja por cunho eleitoral. “Da parte da prefeitura de Cuiabá, temos respostas para cada um dos ataques disparados pelo governador. Aliás, os secretários utilizados nessa artilharia já admitiram em algum momento que podem concorrer à prefeitura da capital. Por isso, reiteramos que não é hora de disputa política. Para cada questionamento feito pela imprensa, temos apresentado a adequada prestação de contas, propositalmente ignorada pelo governo”, pontuou.

Para ele, o governador perdeu o fio da meada. “O governador tem muito a fazer para conter o avanço da Covid-19 no estado, principalmente no interior. Na minha opinião, está perdendo o bonde da história. Ao invés de liderar o enfrentamento de fato e, com vontade, o que exije os atributos de liderança, humildade e do diálogo, escolhe o caminho da insensibilidade e arrogância”, finalizou.
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