O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) projeta que o pico do novo coronavírus em Cuiabá será na segunda quinzena de julho. Para ele, todos precisam fazer o "dever de casa" para que a proliferação do vírus decline no município.
“O vírus iria numa velocidade mais lenta, ganharia força no início de maio aceleraria no final de maio, tomaria uma velocidade maior em junho e julho. A segunda quinzena de julho atingiria o pico e, se nós fizermos o dever de casa, ele começa a cair", proprospecta o emedebista com base em dados levantados pelo Comitê de Enfrentamento.
Ainda de acordo com o prefeito a queda em agosto seria lenta, já nos meses de setembro e outubro os números de casos cairiam mais drasticamente, acalmando a crise no início de novembro. Estes dados divergem um pouco com a realidade do estado, que já projeta o pico da doença entre agosto e setembro.
Pinheiro explicou ainda que foi com base nessa prospecção que decidiu adotar o isolamento social no início da pandemia em Cuiabá, o que, segundo ele amenizou a proliferação do vírus e oportunizou que o município prepare-se a rede pública de saúde para a doença.
"Nós precisávamos estruturar a saúde pública para esse novo fenômeno que seria enfrentado, que seria uma pandemia com um grau de contágio muito grande, uma velocidade muito grande e uma periculosidade e índice de mortalidade muito forte, especialmente nos grupos de risco”, pontuou.
Além disso, o período de isolamento social, que durou cerca de 45 dias para a maioria das atividades, também foi necessário para preparar a população, segundo o prefeito.
“Se até hoje existe nos nossos municípios aquela faixa da população que ainda não acredita, que é relaxada mesmo, que não está nem aí, imagina se não houvesse todo um preparo de comunicação, de orientação, de conscientização?”, apontou Pinheiro.
Conforme o gestor, após essa fase de preparação da sociedade e de estruturação da rede pública de saúde, a Prefeitura trabalha na sua ampliação, como novos equipamentos, testes laboratoriais e leitos de UTI sendo disponibilizados.
Ele ainda destacou que essa nova rotina na vida dos cuiabanos ainda vai durar “por um bom tempo”, uma vez que ainda não há uma vacina eficaz contra o novo coronavírus.
“Procedendo dessa forma, nós vamos conter a proliferação mais rápida do vírus e vamos manter o achatamento da curva. Isso em Cuiabá significa o quê? Significa que nós estamos num crescimento de 6% a 7% ao dia da taxa de incidência e isso é alto. Mas em Manaus e Belém, por exemplo, era 30% ao dia. Então, Cuiabá está numa taxa normal. A gente briga pra baixar! Mas estamos entre as menores taxas do país”, disse.
Com estes dados, Emanuel vem resistindo em falar diretamente sobre o lockdown, que, inclusive, foi recomendado pelo governo do Estado. Um dos motivos é porque como ele prorrogou por muito tempo o isolamento, hoje a pressão dos empresários é enorme para manter as atividades em funcionamento.
No entanto, o estado caminha para um colapso no sistema público de saúde e Cuiabá tem tido um aumento assustador no número de casos. E a capital ainda é quem dá retaguarda para o interior que é deficitário em saúde público. Muitos municípios não possuem um leito sequer de UTI, e agora o vírus começou a se espalhar por cidades menores.
