O secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, é contra o fechamento total das atividades não essenciais na Capital, durante o período de pandemia do novo coronavírus. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado (MPE) à Justiça, e uma audiência de conciliação, marcada para a tarde desta sexta-feira (19), deve decidir o assunto.
Na avaliação do gestor, para atender a solicitação do MP e encontrar uma maneira de controlar a circulação de pessoas, o ideal seria fechar setores que estejam com problemas de controle sanitário.
“Não seria salutar você fechar hoje, principalmente para setores que abriram algumas semanas atrás, mas quem vai decidir isso e tem o livre arbítrio é o Judiciário”, considerou Possas de Carvalho, ao chegar para a audiência, no Fórum de Várzea Grande.
O gestor ainda acredita que parte do problema enfrentado por Cuiabá, com a lotação do sistema público de saúde, é ocasionada pelas prefeituras do interior de Mato Grosso. Ele considerou que, sem oferecerem atendimento à população, os munícipes acabaram precisando do atendimento de Cuiabá.
Segundo boletim informativo da Secretaria de Estado de Saúde dessa quinta-feira (18), Mato Grosso tem 80% dos seus leitos de Unidade de Terapia Intensiva ocupados em razão da covid-19. Em Cuiabá, o Hospital Universitário Júlio Muller, referência federal para a pandemia, já está lotado, assim como o Hospital Municipal São Benedito. As vagas que sobram estão disponibilizadas no antigo Pronto-Socorro e no Hospital Estadual Santa Casa.
Além do secretário de Saúde da capital, participam da audiência de conciliação representantes do Ministério Público, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), e o governador Mauro Mendes (DEM).
Entenda
No início de junho o governo de Mato Grosso implantou um sistema de classificação de risco de contaminação do novo coronavírus regionalizado. Por meio de cores, a funcionalidade aponta a gravidade da doença e quais medidas cada região deveria adotar, com base na classificação.
Ocorre que, no entanto, as medidas informadas pelo governo são meramente orientativas, sendo que o Estado não atua de forma impositiva para decretar restrições nos municípios. Quanto a isso, o Ministério Público havia notificado o governo para adotar uma postura mais rígida, o que não foi atendido.
Na noite de quinta-feira, então, o órgão acionou a Justiça. Ele destacou que o governo não pode ser negligente e compactuar com os gestores que não adotam as medidas necessárias para garantir a saúde da população. O caso é analisado nesta tarde.
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