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Notícias / Política

20/06/2020 às 16:38

Reunião sobre a previdência estadual acaba com bate-boca entre servidores e deputado

Em nota, sindicato alegou que Wilson Santos chamou servidores de 'mamadores', já o parlamentar alega que as falas foram distorcidas e tratam-se de fake news

Alline Marques

Reunião sobre a previdência estadual acaba com bate-boca entre servidores e deputado

Foto: Fablicio Rodrigues / ALMT

O que era para ser uma reunião em busca de consenso em torno da proposta que trata da reforma da previdência estadual acabou se tornando uma briga entre servidores e o deputado Wilson Santos, o que já rendeu uma nota de repúdio por parte do Sindicato dos Profissionais da Área Meio do Poder Executivo de Mato Grosso (Sinpaig). Por outro lado, o parlamentar alega que se tratou de fake news e distorção da fala dele.

Só que em resumo também, ainda não há consenso sobre a proposta que volta à pauta na segunda-feira depois de já ter sido adiada outras duas vezes. A reunião foi marcada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), com o Fórum Sindical que sugeriu várias emendas.

Ocorre que durante o debate, os ânimos ficaram exaltados. Em nota, o Sinpaig alegou que Wilson Santos teria acusado os servidores de serem os os responsáveis pela falta de UTI no estado, alegando que as aposentadorias seriam a causa disso. Além disso, teria completado chamando os funcionários públicos de “mamadores” do estado. 

“Não existem outras maneiras de definir a fala do deputado Wilson Santos do que asquerosa, repugnante e odiosa. Querer jogar a sociedade contra os servidores num momento de pandemia, onde estes estão na linha de frente morrendo para proteger a todos, no dia em que mais um servidor veio a óbito, é baixo demais até para a estatura política desse deputado. Seu ódio aos servidores têm origem na derrota a prefeitura de Cuiabá, por isso sua fala é odienta”, traz trecho da NOTA

Em entrevista ao Leiagora, o deputado se defendeu das acusações. “O que ocorreu foi uma profunda má interpretação e até mesmo fake news com a distorção completa da minha fala”. De acordo com Wilson, ele defendeu a necessidade urgente de concluir a reforma da previdência porque o estado não tem mais como suportar o déficit de R$ 1,3 bilhão por ano. 

“Com este déficit e outros é que faltam recursos para melhorar a educação, pavimentação de rodovias, construção de novos hospitais, ampliação dos leitos”, justificou. Ele também negou veementemente de ter chamado os servidores de ‘mamadores’. “Não existe esta fala. Por isso digo que é uma fake news”. 

Mesmo com todo este embate, o deputado ainda acredita que a reforma seja aprovada e destaca o esforço que está sendo feito por parte de Botelho na busca de tentar consenso. Só que, de acordo com Wilson, não houve flexibilização até o momento por parte do governo.

O que tem se proposta como maneira de amenizar os impactos da reforma é para contemplar servidores deficientes e àqueles que possam sofrer agressão em serviço e venham a ficar com sequelas de uma lesão grave ou até mesmo a morte. “Existe uma simpatia da base do governo de fazer o entendimento para estes casos”. 


Ainda neste sábado, a equipe do MT Prev ficou de analisar o impacto financeiro de cada uma das sugestões para buscar alternativas e fazer com que a proposta seja aprovada. Na quarta-feira, a votação foi adiada porque o governo sofreria uma derrota. Vale destacar que se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é necessário 14 votos favoráveis e até semana passada a base aliada só contava com 13. 

Questionado sobre o por quê da inflexibilidade do governo na reforma, apontada como uma das mais duras do país, Wilson é categórico: “porque a situação do estado é grave”. A previsão é de que o déficit chegue a R$ 30 bilhões em 10 anos. E o parlamentar disse ainda que a proposta encaminhada pelo governador Mauro Mendes (DEM) ainda nem irá zerar o rombo da previdência. Mesmo com as medidas, Mato Grosso prevê um déficit de R$ 6 bilhões para próxima década. 

Só que apesar de discutir ações que impactam os servidores, não tem sido debatido outras alternativas para tornar a previdência mais rentável e possa se tornar sustentável. Wilson disse que não participa de uma comissão que foi criada para debater um fundo conjunto entre os Poderes. 

Fundo de investimento

O fato é que quando o MT Prev foi criado, em 2014, previa uma estratégia para desafogar o caixa público, por meio de um fundo de investimento que destinaria, por meio de decreto, patrimônio imobiliário e direitos ao Funprev, com um montante total que correspondesse ao passivo atuarial. A medida era uma busca de aporte para o equilíbrio financeiro do setor previdenciário, que incluía inclusive imóveis do governo. 

Porém, apesar de ter reduzido o déficit de R$ 320 milhões por mês para algo em torno de R$ 110 milhões, ainda não é suficiente para dar sustentabilidade à previdência. E o fundo teria ficado mais virtual do que efetivamente colocado em prática. Vale ressaltar que a lei do MT Prev foi publicada no dia 31 de dezembro de 2014, no apagar das luzes da gestão de Silval Barbosa e ficou a cargo de Pedro Taques colocá-la em prática.
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