O depoimento do perito judicial Alexandre Peres prestado junto à CPI do Paletó não trouxe novidades ao caso. Ele mais uma vez confirmou que foi contratado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), por meio de um advogado, para fazer a transcrição do áudio encontrado na residência do emedebista durante uma operação da Polícia Federal. E voltou a garantir que não alterou a transcrição.
Peres afirmou ainda que não houve qualquer pedido para fazer alterações na transcrição. “Não trabalho dessa forma, nem com este tipo de clientes”, garantiu. Ele ainda acrescenta que fez questão de se defender perante a justiça, quando o áudio e a transcrição foram apreendidos pela Polícia Federal. “A minha transcrição divergiu da Polícia Federal em apenas duas palavras. Retifiquei (corrigiu) uma, e ratifiquei (confirmei) outra”, completou.
Trata-se de uma conversa entre o ex-secretário de Estado Allan Zanata e Silvio Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa. O perito participou nesta segunda-feira (22) da reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Cuiabá para investigar o atual chefe do Executivo Municipal.
No áudio, o ex-secretário e Silvio comentam sobre a filmagem em que Pinheiro aparece recebendo maços de dinheiro no Palácio Paiaguás. O arquivo foi apreendido na residência de Pinheiro em setembro do ano passado durante a Operação Malebolge, 12ª fase da Operação Ararath. Ele foi gravado pelo próprio Zanata, supostamente a pedido do prefeito.
O perito ainda acrescentou que não conhece o prefeito, e que nunca conversou pessoalmente com ele. Segundo ele, todas as tratativas foram feitas através do advogado André Jacoob.
Alenxadre Peres foi o último convocado pelos membros da CPI. Há pendente o requerimento que sugere a convocação de Barbara Pinheiro, esposa do empresário Marcos Polo, irmão do chefe do Executivo Municipal. A convocação dela foi sugerida após o empresário se recusar a comparecer à CPI sob a alegação de que teria parentesco direto com o prefeito.
Além dele, Zanatta também foi convocado a prestar depoimento, mas ganhou na Justiça o direito de não comparecer, e o Cleberson “Coxinha” não foi encontrado para ser intimado.
Até o momento, a comissão colheu três depoimentos, sendo eles do Silval, Silvio Cesar e do servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a câmera que flagrou Pinheiro e outros deputados recebendo o que supostamente seria dinheiro de propina.
A CPI do Paletó apura, além do suposto recebimento de propina por parte de Pinheiro na época em que era deputado, uma possível obstrução de justiça por parte do emedebista já quando prefeito, com a participação de Zanatta.
A comissão é composta pelos veradores Marcelo Bussiki (DEM), Sargento Joelson (SD) e Toninho de Souza (PSDB).
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