A investigação referente a um esquema de duplicação de licitação levantou a movimentação suspeita de cerca de R$ 1 milhão. Os mandados de busca e apreensão devem ajudar a polícia rastrear o dinheiro e ajudar na conclusão do inquérito.
“As buscas foram para complementar o que tínhamos bem robusto no inquérito. Apreendemos alguns documentos que complementarão e reforçarão as investgações . Agora vamos fazer uma análise mais detalhada para finalizar o inquérito”, disse o delegado.
A investigação é referente a um processo licitatório iniciado ainda em 2016, gestão anterior à atual. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (23), o delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), descartou a participação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), no esquema de superfaturamento e lavagem de dinheiro na obra de reforma da creche municipal Joana Mont Serrat Spindola Silva, localizada no bairro CPA 3, em Cuiabá.
“Refutamos a participação do prefeito. A investigação tramita na primeira instância. Isso já deixa bem claro que não há nada que envolva o chefe do executivo municipal”, disse o delegado.
Ainda de acordo com Damasceno, a investigação se dá em nível da Secretaria de Educação e tramita desde 2017. “Foi feito um trabalho de análise financeira. Foram identificados diversos itens duplicados, de acordo com o que consta no portal da transparência do TCE. Então, temos uma possível ocorrência de duplicidade de licitação. Isso tanto na gestão anterior da secretaria, quanto na atual. Foi identificado as transações financeira e comprovado o crime antecedente que, para nós, tudo indica tratar-se de peculato e advocacia administrativa”.
Na manhã desta terça-feira (23), a Polícia Civil deflagrou a “Operação Overlap”, para cumprimento de nove ordens de busca e apreensão, e afastamento cautelar do secretário municipal de educação, Alex Vieira Passos, investigado no inquérito que trata sobre o crime. Além dele, também foi alvo da operação o ex-secretário de Educação, Rafael Cotrim.
Segundo as investigações, por meio de contratos para conclusão de reforma em uma creche no bairro CPA 3, firmados em 2012 e 2017 na gestão de Cotrim, os secretários teriam superfaturado a construção em mais de 60%, recebendo indevidamente mais de R$ 872 mil.
Não bastasse, descobriu-se que a empresa responsável pelo contrato seria ligada diretamente ao atual secretário de Educação, que era ordenador de despesas naquela época.
