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24/06/2020 às 14:14

Madrasta suspeita de envenenar Mirella será interrogada por videoconferência nesta quarta

Após interrogatório e prazo para alegações finais, juiz decidirá se caso vai ou não a Júri Popular

Eduarda Fernandes

Madrasta suspeita de envenenar Mirella será interrogada por videoconferência nesta quarta

Mirella Chue

Foto: Arquivo pessoal

Será realizada às 14h desta quarta-feira (24) o interrogatório de Jaira Gonçalves Arruda, madrasta e principal suspeita de envenenar e causar a morte da menina Mirella Poliana Chuê de Oliveira, 11 anos. Jaira está presa no presídio feminino Ana Maria do Couto May, na Capital, desde setembro do ano passado. A audiência será realizada por videoconferência.

Ao Leiagora, o advogado da família Chue, Luciano Augusto Neves explica que todos os participantes da audiência estarão presentes por videoconferência, desde os advogados das partes até o juiz do caso. Jaira será interrogada por Jurandir Florêncio de Castilho Júnior, titular da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.

Os advogados que representavam Jaira apresentaram pedido de renúncia da defesa. Com a entrada de um novo advogado, este optou pela desistência da oitiva de duas testemunhas que deveriam ter o depoimento colhido antes de Jaira. Por este motivo, ela deve ser interrogada hoje e, com isso, encerra-se a fase de instrução processual.

Findado o interrogatório, caso não haja nenhum pedido de novas diligências, o magistrado abrirá prazo de vista para as partes e o Ministério Público apresentarem as alegações finais em forma de memoriais.

“Aí os autos voltam conclusos para o gabinete o magistrado prolatar a sentença. Essa sentença não vai condená-la, é chamada de sentença de pronúncia. Ela vai estar pronunciada. Significa que o Poder Judiciário entendeu que há elementos de autoria e materialidade de crime doloso contra a vida e a competência para julgar esse tipo de crime é somente do povo, que é o Tribunal do Júri”, esclarece o advogado.

Luciano acredita que dentro de um mês o juiz deve proferir a sentença de pronúncia, comunicando se o processo vai ou não a Júri Popular. Neste caso, deve sair do segredo de Justiça.

O Leiagora tentou contato com o advogado listado como defesa de Jaira na pauta de julgamento publicada no site do Tribunal de Justiça, mas as chamadas não foram atendidas.

Relembre
Mirella morreu em 13 de junho de 2019, após dar entrada em um hospital particular de Cuiabá. O laudo médico apontou a presença de veneno no sangue da criança, um pesticida usado em hortaliças. A investigação revelou que Mirella recebeu doses diárias de veneno durante dois meses.

A Delegacia Especializada na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) acusa Jaira pelo crime, devido ao fato de ela ser, à época, a única responsável pelos cuidados da enteada. Jaira nega a acusação.

A motivação do crime, segundo apontou a investigação policial, seria a herança da menina, avaliada em R$ 800 mil. O valor foi obtido em uma ação indenizatória pela morte de Poliane Chue Marques, logo após o parto de Mirella. Poliane tinha 22 anos e a indenização foi recebida após 10 anos de batalha judicial liderada por Claudina Chue, mãe de Poliane. Parte do dinheiro seria movimentado somente após a menina completar 18 anos.

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