Números das entidades ligadas ao comércio na capital apontam que o número de desempregados em Cuiabá já ultrapassa os 20 mil. Sendo que 12 mil foram entre os meses de abril e maio. Isto seria reflexo das medidas restritivas para controle ao coronavírus.
Os comerciantes, liderados por entidades como a Câmara de Dirigentes de Lojistas (CDL) e a Federação de Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), foram para frente da Prefeitura de Cuiabá na manhã desta sexta-feira (3) protestar contra as novas medidas anunciadas pelo prefeito Emanuel Pinheiro na quinta, que prevê o rodízio de carros e até mesmo de CPF.
O grupo elaborou um manifesto que deve ser entregue ao prefeito. A expectativa é de que as lideranças sejam recebidas pelo gestor para debater o assunto. A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) também se manifestou na noite de ontem ainda e deve discutir hoje o assunto com Emanuel.
"Somos contrários ao rodízio de carros e controle do CPF. O que queremos é participar da gestão da Covid em Cuiabá, nós, as entidades representativas não fomos chamados para participar", afirmou o presidente da Fecomércio, José Wenceslau de Souza Júnior.
Ele falou com a imprensa nesta manhã em frente à sede da Prefeitura de Cuiabá. Questionado sobre o diálogo com a gestão municipal, o Wenceslau informou que nunca houve uma linha direta de conversa e "por isso chamamos para essa manifestação".
Para ele, faltou o prefeito envolver as entidades antes de tomar as medidas e ainda relatou que várias empresas estão fragilizadas, com esse sistema de rodízio irá "acabar de matar o empresário".
Fabio Granja, presidente da CDL, pontuou que o novo decreto gerou ainda mais preocupação para a população e questionou o embasamento técnico das medidas adotadas pela prefeitura.
"Queremos que sejam propostas medidas para combater a pandemia, gerando saúde, mas preservando emprego, senão corremos um sério risco de caos sócio-econômico chegando a uma desordem social. Estas medidas já foram aplicadas em outros estados e não teve efeito, então qual é embasamento técnico, de onde ele tirou essas medidas, queremos que ele mostre que serão efetivas", afirmou Fabio.
De acordo com ele, já são três meses de pandemia e até o momento não se teve um plano efetivo para reduzir os números e nem mesmo de ajuda à economia.
"A situação é crítica, várias empresas estão decretando falência. Tivemos, somente entre abril e maio, mais de 12 mil postos de trabalho fechados, com este novo fechamento de agora este número será maior ainda. Precisa olhar para esta situação, por que até quando o governo vai conseguir manter a máquina pública, de onde vem os recursos para manter isso?", indagou o representante da CDL.
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