Os vereadores de oposição e situação, integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal de Cuiabá para investigar do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), não devem entrar em consenso quanto ao relatório final. A tendência é que dois documentos sejam apresentados nesta sexta-feira (10).
Isto porque, o relator do processo é o vereador Toninho de Souza (PSDB), que integra a base governista, já o presidente e o membro da Comissão, vereadores Marcelo Bussiki (DEM) e Sargento Joelson (SD), fazem parte do bloco de oposição.
Como o relatório final está nas mãos do parlamentar tucano, os demais vereadores não descartam a possibilidade de virem a apresentar um relatório alternativo com a possibilidade, inclusive, de cassação ao chefe do Executivo Municipal.
“A nossa preocupação vem desde a primeira CPI, não só relacionada ao vereador Toninho, mas ao relatório que vai ser apresentado. Se o relatório não condizer com o que foi apurado nas oitivas e documentações colhidas, vai ser apresentado outro relatório. Entendemos que as oitivas foram contundentes em alguns pontos, e esses pontos não podem ficar fora do relatório, principalmente a questão da suposta propina”, enfatizou o presidente da CPI.
Neste caso, ambos os relatórios devem ser votados pelos membros da CPI. O vencedor é encaminhado à presidência da Casa de Leis, para que o documento seja remetido ao crivo do plenário.
Pinheiro está sendo investigado pelo Parlamento Municipal por suposto recebimento de propina, à época que respondia como deputado estadual, e ainda obstrução de justiça, devido a um áudio apreendido pela Delegacia Fazendária em sua residência, o qual apresenta uma conversa entre Silvio Cesar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, e Allan Zanata, ex-secretário de Estado.
A CPI foi instaurada devido ao vídeo em que o prefeito aparece recebendo maços de dinheiro das mãos de Silvio. Além do encaminhamento ao Ministério Público Estadual (MPE), o relatório pode sugerir ainda o afastamento do prefeito e a abertura de uma Comissão Processante no âmbito do Legislativo.
“Pode culminar em um pedido de afastamento com pedido ainda de abertura de uma comissão processante, ou seja, uma comissão de cassação de mandato, uma vez entendido que houve uma infração político administrativa pelo prefeito Emanuel Pinheiro. Esses encaminhamentos podem ser propostos sim”, finalizou Bussiki.
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