Antigo centro médico e maternidade de Cuiabá, as dependências do Hospital São Thomé estão desativadas desde 2004 e, hoje, pertencem ao governo de Mato Grosso. Contudo, o local tem servido de abrigo para moradores em situação de rua e depósito de lixo.
O abandono da estrutura, que acontece há anos, agora é alvo de inquérito no Ministério Público do Estado (MPE).
De acordo com o promotor de Justiça Alexandre Guedes, foi por meio de uma denúncia, comunicando o abandono e o fato do espaço estar servindo de criadouro para mosquitos transmissores de doença, que o órgão abriu a investigação.
Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no local e constatou a existência de uma cisterna onde acontece a reprodução de mosquitos Aedes aegypti, transmissores da dengue, zika e chikungunya.
O promotor observou que cabe ao MPE analisar as possíveis omissões que acabaram abrindo a possibilidade de prejuízos a população, risco em razão do abandono do local e ainda lesão à saúde.
Alexandre Guedes citou ainda que o caso também pode ser configurado ofensa ao dever da administração direta e indireta de "obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência". Por isso, abriu a investigação contra o governo e a Secretaria Municipal de Saúde.
Reativação
Em 2017, sob a gestão do ex-governador Pedro Taques, o estado anunciou uma proposta de parceria com o grupo Shriners, da maçonaria, para instalação de um hospital filantrópico nas instalações do São Thomé.
Conforme o governo anunciou na época, o grupo já tem outros 22 hospitais pela América do Sul e gostaria de oferecer atendimento na área da ortopedia infantil para crianças de 0 a 18 anos. Dessa forma, o local seria referência em ortopedia pediátrica na América do Sul.
A parceria com o grupo foi firmada em abril de 2018, mas, até o momento, não houve andamento no projeto.