Apesar de conviver com a pandemia da covid-19 há, pelo menos, quatro meses, e de todos os alertas das autoridades reforçando a necessidade do isolamento social, a população mato-grossense não tem feito a sua parte. A estimativa do governo do Estado é de que apenas 35% dos moradores cumprem quarentena.
De acordo com o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, com esse comportamento da população, a pandemia deve trazer preocupações no estado até, pelo menos, novembro. A projeção foi feita durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15).
O gestor apontou que os maiores níveis de isolamento social em Mato Grosso são registrados apenas nos finais de semana, quando cerca de 50% da população permanece em casa. Contudo, em dias de semana, o número cai drasticamente para 35%, quando o ideal para ajudar a conter a covid-19 é em torno de 60%.
“Vamos amargar um desconforto com esse comportamento. Teremos uma curva ascendente. Ainda vai continuar aumentando o número de casos até que a gente consiga chegar em um platô e depois a queda vai ser lenta”, avaliou o secretário. A palavra “platô” dita pelo gestor é usada para representar o momento em que a curva da doença começa a envergar, apontando uma queda de casos.
Na avaliação de Gilberto, a pandemia pode se estender até novembro, considerando as medidas adotadas pelos municípios e a não obediência da população para as recomendações das autoridades. “Essa é a opção que a população está fazendo, e as decisões, hoje, emanadas dos poderes Executivos não têm sido tão eficaz a ponto de fazer uma quarentena perfeita ou promover um isolamento social na expectativa que nós esperamos”, ele disse.
Conforme os dados do governo do Estado, apenas entre os dias 11 e 14 de julho foram 110 mortes e 1.352 novos pacientes diagnosticados com a covid-19.
Cabe destacar que em 14 de maio o governo anunciava 734 diagnósticos positivos do novo coronavírus e 24 mortes. Já em 14 de junho já eram registrados 6.108 pessoas com covid-19 e 213 óbitos. Nessa terça-feira (14), os dados já apontavam 29.918 casos e 1.157 pessoas que perderam a vida em decorrência da doença.
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