O líder do povo Kayapó, Raoni Metyktire, 89 anos, foi transferido de avião para o Hospital Dois Pinheiros, no município de Sinop (500 km de Cuiabá), no final da tarde deste sábado (18), em busca de um hospital com maior estrutura para tratar sua saúde.
Antes, o líder, que ficou conhecido internacionalmente pela luta dos direitos dos povos indígenas, estava em Colíder (650 km da capital), para onde foi levado após passar mal em sua tribo.
De acordo com nota publicada pelo Instituto Raoni, ele apresentava sintomas de desidratação desde a semana passada.
Desde a morte de sua companheira, Bekwyjka Metuktire, no fim de junho, o cacique vinha apresentando quadro de depressão. Ela tinha diabetes e morreu após um AVC. No dia 16 de julho, contudo, ele precisou dar entrada em um hospital em Colíder, por conta do agravamento de sua saúde.
O Hospital Santa Inês, que tratou o cacique em Colíder, informou que Raoni teve anemia e degradação das funções renais, sintomas também de uma provável hemorragia digestiva.
Já em Sinop, o médico Douglas Yanai, um dos diretores do hospital, informou que o cacique apresentava pressão baixa, aferida em setenta por quarenta. Depois de uma hora recebendo cuidados, contudo, já teve sinais de melhora, com a pressão arterial subindo a 110 por 70 e melhora do quadro em geral.
“Nós fizemos uma reposição hidroeletrolítica, associada a mais alguns cuidados e isso isso ajudou a trazer um pouco mais de conforto ao paciente. Suspeitamos de uma úlcera, aparentemente sofreu algum sangramento mas só vamos ter certeza depois de exames que devem ser feitos a partir de amanhã,” explicou Yanai por meio de nota, na noite de sábado (18).
Neste domingo (19), o cacique deve passar por mais exames e nos próximos dias uma endoscopia. Um boletim médico oficial deve ser emitido por volta das 9h de hoje.
O cacique não apresenta sintomas de covid-19.
