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Notícias / Polícia

21/07/2020 às 09:00

Dono de arma que matou Isabele entrega senhas de celulares e diz que filho não presenciou tiro

O empresário e o filho prestaram depoimento na tarde de segunda-feira (20), por cerca de 7 horas.

Camilla Zeni

Dono de arma que matou Isabele entrega senhas de celulares e diz que filho não presenciou tiro

Foto: Bruno Pinheiro/Cadeia Neles

O empresário Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa, dono da arma que ocasionou a morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, afirmou que seu filho não presenciou o momento em que a adolescente foi morta. O caso aconteceu no dia 12 de julho, um domingo, em uma casa do condomínio de luxo, Alphaville 1, em Cuiabá. 

De acordo com as investigações, o filho de Glauco tem 16 anos e é namorado da jovem que teria feito o disparo acidental contra Isabele. No domingo, ele teria levado duas armas de seu pai para a casa da namorada, para mostrá-las à família. Tanto a família de Glauco quanto a do empresário Marcelo Cestari, dono da casa, praticam tiro esportivo. 

Em depoimento, a adolescente responsável pela morte da amiga afirmou que uma das armas caiu do case onde estava guardada e, ao pegá-la, perdeu o equilíbrio do case, vindo a derrubar uma das armas e ocasionando o disparo acidental. Isabele estava no banheiro e foi atingida por um tiro que acertou o nariz, segundo o delegado Wagner Bassi, que assumiu o caso na semana passada.

Em nota enviada por seus advogados, Valber Melo e Felipe Maia Broeto, Glauco confirma que prestou depoimento na tarde dessa segunda-feira (20), por cerca de sete horas, e se colocou à disposição das autoridades para esclarecer o ocorrido. 

"Ambos se colocaram à disposição das autoridades policiais e disponibilizaram, espontaneamente, imagens das câmeras de segurança da residência, prédio, além das senhas de celulares da família, bem como esclareceram todas as indagações formuladas pela autoridades policiais”, informaram os advogados.

A nota diz ainda que o filho de Glauco, apesar de ter ido até a casa da família onde a fatalidade ocorreu, não presenciou o momento em que Isabele foi atingida pelo disparo. Os advogados informaram que não podem revelar mais detalhes do caso para preservar as famílias e porque o inquérito é sigiloso.

Segundo o delegado, as armas levadas à casa da família Cestari foram modificadas, por conta da prática de tiro esportivo. Ele explicou que, com as mudanças, o gatilho se torna mais leve de ser acionado. Agora ele investiga se o tiro aconteceu porque a arma disparou sozinha ou se a amiga de Isabele puxou o gatilho.

Ao Fantástico, a mãe de Isabele disse não acreditar que o tiro foi acidental. Ela questionou a versão, lembrando que o disparo acertou exatamente na cabeça da filha. A reportagem especial foi veiculada no domingo (19), uma semana após o caso. 

Abaixo, confira na íntegra a nota dos advogados:

Glauco Fernando Mesquita Correa da Costa e seu filho, por meio de sua defesa técnica, conforme já veiculado na Imprensa, informam que prestaram depoimentos nesta segunda-feira (20), acerca do trágico e noticiado acidente envolvendo a jovem Isabelle Guimarães Ramos.
 
No interesse das investigações, ambos se colocaram à disposição das autoridades policiais e disponibilizaram, espontaneamente, imagens das câmeras de segurança da residência, prédio, além das senhas de celulares da família, bem como esclareceram todas as indagações formuladas pela autoridades policiais.

Ademais, esclareceram ainda que o adolescente não estava no local, no momento em que ocorreu o acidente, e seu depoimento se concentrou no transporte das armas até a residência de Marcelo Cestari.
 
A defesa não pode adentrar no teor do depoimento, uma vez que o procedimento investigativo é sigiloso, bem ainda porque tem por objetivo preservar as famílias que estão devastadas com o trágico acidente, em especial à de Isabelle Guimarães.
 
No mais, consigna que ambos seguem à completa disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos que se mostrem necessários à elucidação dos fatos.
 
Valber Melo
Filipe Maia Broeto
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