O empresário Marcelo Martins Cestari, pai da adolescente de 14 anos que matou Isabele Guimarães Ramos, de mesma idade, com um tiro no rosto, vai ter cinco dias para se manifestar sobre a ação que tenta aumentar o valor pago por sua fiança.
A decisão é do juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, que atendeu a uma determinação do Tribunal de Justiça.
“Em cumprimento à decisão superior, abra-se vista dos autos ao indiciado para que, em 05 (cinco) dias, se manifeste sobre o pedido de majoração do valor da fiança e demais pedidos contido no feito”, determinou João Bosco, nessa terça-feira (21).
Para se livrar da prisão, Marcelo pagou fiança de R$ 1 mil, que foi arbitrada por um delegado da Especializada em Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Contudo, a família da vítima e o Ministério Público acharam o valor desproporcional para o crime e considerando todos os bens que o empresário possui. Por isso, pediram aumento no valor da fiança.
O juiz João Bosco chegou a majorar a fiança para R$ 209 mil no dia 15, após apontar que Marcelo possui um avião particular, carros de luxo e uma empresa de capital estimado em R$ 10 milhões.
A defesa de Marcelo recorreu no Tribunal de Justiça, conseguindo decisão favorável do plantonista Rondon Bassil Dower Filho, fim de semana. Ele determinou a suspensão da decisão do juiz, uma vez que o empresário não tinha sido intimado para se manifestar sobre o pedido de aumento de sua fiança.
Os advogados observaram que, em razão da pandemia, a empresa de Marcelo enfrenta dificuldades financeiras, o que o impossibilita de cumprir com a decisão de pagamento de fiança de R$ 209 mil. O valor deveria ser pago até esta segunda-feira (20).
Oitivas
O caso envolvendo a família Cestari e a família Guimarães é acompanhado por duas delegacias da Polícia Civil. Na semana passada, Marcelo e a filha prestaram mais de sete horas de depoimento sobre o caso.
A mãe de Isabele também já prestou depoimento nessa terça-feira (21). A conversa com a polícia durou cerca de duas horas e, ao deixar a delegacia, ela disse à imprensa que queria uma reconstrução do crime, porque a ação pode ser vital para se descobrir o que de fato aconteceu com sua filha. Ela não acredita na hipótese de tiro acidental.
Após o crime, a Polícia Civil esteve na casa de Marcelo Cestari para uma perícia complementar. Os agentes também apreenderam dois celulares e encontraram sete armas na noite do crime. Estiveram ainda na casa do sogro da autora dos disparos, onde foram encontradas 18 armas. Segundo as informações, tanto os pais da jovem quanto os pais de seu namorado são praticantes de tiro esportivo.
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