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03/08/2020 às 11:09

Mãe de Isabele questiona ‘atirador que não reconhece tiro’ e defesa nega omissão de empresário

Áudio da ligação de Marcelo Cestari para o Samu revela que ele negou, três vezes, que Isabele tivesse sido vítima de tiro

Camilla Zeni

Mãe de Isabele questiona ‘atirador que não reconhece tiro’ e defesa nega omissão de empresário

Foto: Reprodução

Três semanas depois da morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, a Polícia Civil de Mato Grosso ainda trabalha para desvendar o que aconteceu com a adolescente. A informação inicial é de que ela teria sido vítima de um tiro acidental disparado pela melhor amiga, de mesma idade. 

Na semana passada vazou áudio da ligação do empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente que fez o disparo, informando ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que Isabele teria apenas escorregado no banheiro. O empresário chegou a ser questionado pelo médico se o caso teria sido realmente esse ou se seria tiro, considerando que outra ligação, feita pela filha mais velha do empresário, afirmava se tratar de disparo acidental.

Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele, questionou a postura de Marcelo. “Como ele teve essa percepção de que minha filha havia caído e não levado um tiro? Como uma pessoa com tal gabarito não consegue distinguir, ouvir, se foi tiro ou não?”.

Marcelo Cestari, segundo a Polícia Civil, é praticante de tiro esportivo, assim como a filha envolvida no acidente. Na casa da família, sete armas foram encontradas na noite do crime, 12 de julho. Nem todas tinham documentação, o que levou o empresário a ser preso. Ele pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberado em seguida. O valor é questionado na Justiça.

O advogado da família Cestari, Ulisses Rabaneda, negou que o empresário teve a intenção de mentir para o Samu. 

“Se ele realmente quisesse esconder essa circunstância, primeiro que é muito difícil imaginar qual seria a razão, até porque os médicos chegariam dali a pouco e identificariam, mas se ele quisesse esconder, teria transmitido para outros membros da casa para que não verbalizassem para ninguém que havia sido um disparo. Mas não. A sua filha mais velha estava ligando para o atendimento, dizendo que foi um tiro. Então não houve nenhum tipo de combinação”, afirmou à reportagem.

Conforme os áudios do serviço de atendimento, Marcelo, em um primeiro momento, negou categoricamente que Isabele tinha sido vítima de um disparo de arma de fogo. Em duas ocasiões ele foi questionado pelo médico do Samu, afirmando: “Não tem nada de tiro nenhum”. Contudo, em uma terceira investida do profissional, ele confirma a situação.

Samu: Estão me informando que foi tiro. 
Marcelo: Pois é, agora que a menina está falando.
Samu: Tá. A minha ambulância está a caminho e a gente vai chamar a polícia, tá ok?
Marcelo: Tá. Chamar o que?
Samu: A polícia.


Troca de roupa

Outro questionamento da mãe de Isabele é em relação à troca de roupa das adolescentes. Segundo uma vizinha, a menina responsável pelo disparo e sua irmã teriam tomado banho e deixado em sua casa roupas que foram usadas na noite do crime.

Patrícia questionou como duas adolescentes pensaram, no calor do momento, em tomar banho e trocar de roupa. 

O advogado Ulisses Rabaneda confirmou que a situação aconteceu. Contudo, negou que teria sido uma ação premeditada. Segundo ele, a menina estava se sentido mal com a roupa e, por isso, decidiu tirá-la.

“Ela estava se sentindo sufocada com aquela roupa, em pânico, em desespero, então ela troca. Vai falar que uma menina de 14 anos queria trocar a roupa para esconder…. Não tem muito sentido”, comentou a defesa ao Fantástico.

A Polícia Civil também investiga a troca de roupa da adolescente e da irmã.


Confira a reportagem do Fantástico aqui.
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