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Notícias / Judiciário

03/08/2020 às 11:44

Caso Isabele: Justiça arbitra fiança em R$ 52,2 mil e dá 5 dias para empresário pagar

Empresário alegou na Justiça que não tinha condições de pagar R$ 209 mil de fiança e valor foi revisto

Camilla Zeni

Caso Isabele: Justiça arbitra fiança em R$ 52,2 mil e dá 5 dias para empresário pagar

Juiz João Bosco Soares da Silva

Foto: TJMT

Depois de receber as alegações do empresário Marcelo Martins Cestari no processo que questiona o valor de fiança pago na noite do homicídio de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, o juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, fixou em R$ 52,2 mil o valor da fiança do empresário. 

Conforme a decisão, assinada nesta segunda-feira (3), Cestari vai ter cinco dias para fazer o pagamento do valor. Ao atribuir 50 salários mínimos, o juiz ponderou que o pagamento inicial, de R$ 1 mil, feito por ele na noite do crime é irrisório, mas que não poderia deixar de considerar as alegações da defesa, sobre dificuldades financeiras nesse momento de pandemia.

A alegação foi apresentada à Justiça depois que o juiz determinou aumento de fiança para R$ 209 mil, a pedido da família de Isabele. Na época, os advogados apontaram que Marcelo Cestari mora em condomínio de luxo, tem empresa de R$ 10 milhões em capital e é proprietário de carros importados e até de um avião, de forma que R$ 1 mil de fiança seria um valor desproporcional.

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Marcelo foi preso no dia 12 de julho, depois que Isabele Ramos foi encontrada morta em sua casa. Ela era vizinha da família e tinha passado o dia na casa dos Cestari, com a melhor amiga. A menina, também de 14 anos, teria sido a autora de um disparo acidental que acertou Isabele. Ao periciar a casa, a Polícia Civil encontrou sete armas, sendo que duas não tinham documentação. Por isso, Marcelo foi preso por posse irregular de arma de fogo.

Os advogados do empresário recorreram da fiança de R$ 209 mil, e conseguiram decisão favorável com o desembargador Rondon Bassil Dower Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), para que a determinação de pagamento do valor fosse suspenso. Ele alegou que não tinha sido intimado do caso e que não tinha como arcar com a fiança fixada.

Ao rever o valor, o juiz João Bosco observou que não é possível afirmar que a conduta de Marcelo não contribuiu para a morte de Isabele, de forma que o homicídio deva ser considerado pela Justiça. 

Em relação à suposta dificuldade financeira, o magistrado reforçou a condição econômica do acusado, de ser proprietário de bens luxuosos, inclusive as armas que tinha. “O próprio conjunto de armas que foi encontrado na residência do investigado já evidencia, por si só, considerável capacidade econômica e financeira”, observou. 

Ele ponderou, por fim, que o valor da fiança ainda poderá ser revisto pela Justiça. 

Caso Isabele

Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu na noite do dia 12 de julho, quando estava na casa de sua amiga, no condomínio onde moram. Segundo a Polícia Civil, ela foi atingida por um tiro na cabeça, que teria entrado por suas narinas. A autora do disparo seria a melhor amiga e dona da casa. O caso é tratado como homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).

Durante as investigações, a polícia encontrou sete armas na casa da família onde o crime aconteceu. Nem todas tinham registro. Isso fez com que o pai da família, o empresário Marcelo Cestari, fosse preso por posse irregular de armas. No entanto, após pagar fiança de R$ 1 mil, ele foi solto. 

O caso envolvendo a família Cestari e a família Guimarães é acompanhado por duas delegacias da Polícia Civil. Até o momento, mais de 20 pessoas já prestaram depoimento sobre o caso.
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