Cuiabá, quinta-feira, 18/04/2024
21:48:26
informe o texto

Notícias / Polícia

07/08/2020 às 07:00

Médico que fez primeiros socorros em Isabele não viu sinais de arrastamento do corpo

Isabele é a jovem que morreu com um tiro na cabeça enquanto estava na casa da amiga, filha do empresário Marcelo Martins Cestari, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá.

Eduarda Fernandes e Luzia Araújo

Médico que fez primeiros socorros em Isabele não viu sinais de arrastamento do corpo

Isabele Guimarães Ramos

Foto: Reprodução

O médico cirurgião vascular, Manoel Garibaldi Cavalcanti Cavalcanti Mello Filho, que atestou a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, informou em depoimento à polícia que não viu massa encefálica no box do banheiro, somente sangue. A versão é um pouco diferente da contada pela mãe de Isabele, Patrícia Guimarães Ramos, que disse que ao virar a cabeça da filha “viu que havia parte do cérebro exposta”.

Isabele é a jovem que morreu com um tiro na cabeça enquanto estava na casa da amiga, filha do empresário Marcelo Martins Cestari, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá. Ela morava no mesmo condomínio e morreu em 12 de julho, um domingo.

Leia também - Mãe revela presença de muitas pessoas na casa onde filha foi morta e falta de isolamento

Na manhã de 21 de julho, Manoel Garibaldi prestou depoimento ao atual delegado do caso, Wagner Bassi Júnior. Conforme o documento, o médico observou que não havia nenhuma mancha de sangue fora do banheiro, na escada ou em outro cômodo da casa. “Que não notou sinal de arrastamento do corpo ou que o mesmo tivesse sido retirado do lugar; Que o declarante não é perito, mas não notou alterações no local”.

Morador do mesmo condomínio que a família de Cestari, ele foi o médico acionado pela família logo após o crime, quando a esposa de Marcelo, Gaby Cestari, levava a mãe de Isabele até a casa dela para buscar um celular.

Manoel Garibaldi disse conhecer Marcelo Cestari há mais de 10 anos, mas não ter amizade íntima, somente uma relação de “irmãos”, pois são maçons e frequentaram a mesma loja por aproximadamente dois anos ou três anos. Além disso, mora no mesmo condomínio que Cestari e sua casa fica a cerca de 800 metros de distância do empresário.

Manoel reforçou que não conhecia bem a família e só os encontrava em eventos esporádicos e confraternizações fraternais. O médico informou que não sabia que Marcelo possuía armas de fogo em sua residência e nem que ele e os filhos praticavam tiro esportivo.

Contou ao delegado que na noite do crime estava em sua residência vendo filme com uma amiga, quando ouviu batidas desesperadas na porta. “Que o declarante foi atender e eram duas adolescentes, não sabendo dizer o nome delas e nem que elas tinham parentesco com Marcelo Cestari; Que elas falaram: ‘Tio, tio, nos acuda. Socorro’; Que o declarante perguntou a elas o que havia ocorrido e elas disseram: ‘Foi um tiro lá em casa (residência de Marcelo Cestari)’”, diz trecho do depoimento.

Em seguida, ele e a amiga, que é fisioterapeuta, entraram no veículo dirigido por Gaby Cestari, esposa de Marcelo, e ela os levou para o local do crime. Chegando lá, ele foi levado para o andar superior da casa. No banheiro, o médico disse ter visto Marcelo Cestari fazendo massagem cardíaca “no corpo de uma menina e falando ao mesmo tempo com o Samu pelo celular”.

Quando Marcelo o viu, se afastou para que médico continuasse os procedimentos de primeiros socorros. Foi quando o médico observou “uma adolescente caída no chão do banheiro com a cabeça dentro do box, sendo que havia atrás da cabeça da vítima uma poça de sangue e uma mancha de sangue na testa do lado direito”, mancha essa que Manoel pensou que era o local de entrada da bala.

Ele continuou com o atendimento e verificou que Isabele já estava sem pulso, não respirava e suas mãos estavam roxas “e declarou para o Marcelo que ela estava em óbito”. Neste exato momento, relata que chegaram dois socorristas do Samu no local, um com um balão de oxigênio e outro com uma mala de primeiros socorros. Manoel então os informou que ela já estava morta e os socorristas também constataram o óbito.

Frasco branco
Um dos profissionais do Samu perguntou se alguém na cena do crime tinha um aparelho celular e a amiga fisioterapeuta de Emanuel viu que havia uma bolsa pequena ao lado do corpo e abriu. “Que se encontrava dentro desta bolsa um pequeno frasco branco, não sabendo precisar o que era”.

Após verificar que não havia mais o que fazer naquele ambiente, Manoel desceu e no andar inferior viu Gaby sentada ao lado de uma mesa e Marcelo no corredor. O empresário então veio conversar com o médico, “informando que a arma não era dele, que era de uma outra pessoa, mas não falou que pessoa era”. No depoimento, Manoel informou não ter visto nenhuma arma na casa.

Patrícia chega na casa
Após a breve conversa com Marcelo, Manoel relata que a mãe de Isabele, Patrícia Guimarães Ramos, chegou à residência e o empresário logo contou que sua filha estava morta. “Que a mãe da vítima teve uma reação de desespero e gritou: ‘o que eu vou fazer sem minha filha?; Que Marcelo pediu ao declarante para ajuda-la, mas o médico passou a responsabilidade ao Samu, pois disse que não tinha condições de medicá-la.

Depois disso, ele e sua amiga foram embora.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet