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12/08/2020 às 15:44

Laudo conclui que atirador estava dentro do banheiro e de frente à Isabele

A morte completa um mês nesta quarta-feira (12) e, coincidentemente ou não, vazou hoje a íntegra do laudo da Politec.

Eduarda Fernandes e Alline Marques

Laudo conclui que atirador estava dentro do banheiro e de frente à Isabele

Ilustração da cena do crime

Foto: Laudo pericial da Politec

O laudo pericial sobre o local da morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos indica que o atirador estava dentro do banheiro, e não na porta, do lado de fora, como relatou a filha do empresário Marcelo Martins Cestari, que assumiu a autoria do disparo.

Isabele tinha 14 anos quando morreu, com um tiro no nariz, na noite de 12 de julho deste ano, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá. Isabele, que morava no mesmo condomínio, havia passado a tarde e noite do domingo em questão na companhia da família, devido à relação de amizade com as filhas do empresário.

A morte completa um mês nesta quarta-feira (12) e, coincidentemente ou não, vazou hoje a íntegra do laudo pericial, elaborado pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), que mostra como ocorreu a dinâmica do evento que tirou a vida de Isabele. O documento contém 62 páginas e data do dia sete deste mês.

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Conforme o documento, no momento do tiro, a boca do cano da arma de fogo estava entre 20 e 30 centímetros de distância do rosto da vítima. Pelo modo como o projétil entrou e saiu da cabeça de Isabele, a Politec considera que cabia dentro do banheiro tanto um atirador com estatura de 1,40 m, quanto uma pessoa com estatura de 2m.

O laudo também narra que Isabele estava na parte interior do banheiro localizado dentro da suíte da filha do empresário e, posteriormente, o atirador também entrou no banheiro, ficando na parte esquerda do ambiente, com a pistola apontada para a face de Isabele, efetuando o disparo com a arma posicionada a 20 ou 30 centímetros do rosto da jovem.



Tiro acidental?
Segundo o laudo pericial da Politec, a arma supostamente usada no crime, a Imbel, somente produz tiro “estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada”. Sendo assim, a pistola Imbel produziu o tiro que culminou com óbito de Isabele “mediante o acionamento regular do gatilho”.

Posição do atirador
Com relação à posição do atirador, dois pontos são destacados: a zona onde o tiro entrou na face de Isabele e o padrão de gotas de sangue no canto inferior da porta.

O laudo aponta que a diferença de altura das lesões de entrada e de saída era praticamente nula. “Ambas apresentavam 1,44 m de distância do solo, o que indica uma trajetória consideravelmente alinhada ao eixo horizontal do tronco do cadáver”, ou seja, o disparo ocorreu em linha reta.

Com base nessas análises, a Poliect destaca que “resta claro que esse trajeto condiciona uma posição do atirador próximo da vítima em orientação frontal”.

Posição e altura do atirador, e queda da vítima
O laudo considera que após ser atingida, Isabele caiu instantaneamente no chão. “Os achados intracranianos evidenciados no exame necroscópico da vítima demonstram que o óbito ocorreu por traumatismo crânioencefálico. O PAF, em seu trajeto, atingiu o tronco encefálico, estrutura nobre que dentre outros núcleos, contém o centro respiratório e conecta o encéfalo ao restante do corpo, tendo o óbito, neste caso, ocorrido de forma imediata”, concluiu o documento.

Destaca, neste contexto, que é improvável que após ser atingida pelo projétil Isabele tenha “caminhado pela região do banheiro, nem tão pouco desenvolvido movimentação mista como caminhar e rotacionar, tombar e girar; ou que tenha realizando um tombamento”. Observa que o interior do banheiro apresentava elementos como quinas, cantos vivos e arestas agudas potencialmente lesivas e, caso houvesse um embate com o corpo humano, deixaria lesões.

O laudo também indica que as manchas encontradas no pé de Isabele, na região de seus joelhões e no piso do banheiro sob suas pernas foram produzidas ao mesmo tempo e possuem alinhamento compatível com a linha do orifício de entrada da bala.

“Portanto, a posição que melhor se ajusta, tanto à posição específica assumida pelo corpo após a queda quanto ao sentido da produção de manchas de sangue, é aquela com a vítima sobre os pés e com a face voltada para a parte posterior do banheiro (parede lateral esquerda) na área de abertura da porta. Nesse , a queda do cadáver deu-se composta por dois lances de movimento: abaixamento; e, em seguida, tombo para o dorso”, conclui.

O laudo pericial calcula que após ser atingida pelo tiro, Isabele inclinou levemente o tronco para frente, momento em que as gotículas de sangue caíram em seus joelhos e pés. Em seguida, tombou para traz e, por fim, caiu totalmente ao solo, com a cabeça ficando na parte interna do box.
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