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Notícias / Judiciário

17/08/2020 às 09:45

Após polêmica de valores, Cestari paga fiança de R$ 52 mil por posse irregular de arma

Ele tem até às 23h59 desta segunda-feira (17) para quitar a segunda e última parte do valor

Camilla Zeni

Após polêmica de valores, Cestari paga fiança de R$ 52 mil por posse irregular de arma

Empresário Marcelo Cestari

Foto: Arquivo Pessoal

O empresário Marcelo Martins Cestari, pai da adolescente de 14 anos que matou a amiga com um tiro na cabeça, já pagou a primeira parcela da fiança de R$ 52 mil arbitrada pela Justiça. Ele tem até às 23h59 desta segunda-feira (17) para quitar a segunda e última parte do valor, que foi dividido igualmente, a seu pedido.

O valor em questão se refere ao crime de posse irregular de arma de fogo, pelo qual foi preso na noite de 12 de julho. Naquele dia, Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, foi encontrada morta no banheiro da casa do empresário, onde a Polícia Civil localizou sete armas; duas sem documentação. O caso ainda é tratado como homicídio culposo, nomenclatura usada para quando não houve intenção do crime.

Inicialmente Cestari havia pago R$ 1 mil de fiança e foi solto naquela madrugada. Contudo, a família de Isabele recorreu na Justiça, alegando a desproporcionalidade do valor, considerando as condições financeiras do empresário e a consequência do crime. 

O caso movimentou o Judiciário. O juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, chegou a aumentar o valor para R$ 209, mas Cestari recorreu e conseguiu suspender o valor. Em uma segunda decisão, após manifestação do empresário, o valor foi fixado em R$ 52 mil, dividido em duas parcelas, sendo que a primeira venceu no dia 10 de agosto. 

Cestari alegou que a pandemia da covid-19 trouxe dificuldades financeiras à sua empresa, que já tinha contraído dois empréstimos, segundo relatório do Ministério Público. Apesar disso o juiz apontou que R$ 1 mil de fiança era, de fato, desproporcional e considerou que o empresário tem carros de luxo, uma aeronave, armas importadas e a empresa, de forma que poderia arcar com o novo valor fixado.

Apesar do novo valor e do primeiro pagamento, o Ministério Público ainda espera uma posição do Judiciário quanto a um pedido de aumento de fiança. Para o órgão, o valor ainda não representa a gravidade do crime e não está de acordo com as condições sociais do empresário. O MP pede R$ 104 mil de fiança.

Caso Isabele

Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu na noite do dia 12 de julho, quando estava na casa de sua amiga, no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá.Segundo a Polícia Civil, ela foi atingida por um tiro na cabeça, que entrou pelo nariz e saiu pela nuca. A autora do disparo seria a melhor amiga e moradora da casa. 

As investigações, conduzidas por duas equipes da Polícia Civil, ainda tentam elucidar o que aconteceu na noite do crime. Até o momento, mais de 20 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. 

Sabe-se que na casa da família Cestari, onde a morte da adolescente aconteceu, foram encontradas sete armas, sendo duas sem registro. Segundo a polícia, os membros da casa eram praticantes de tiro esportivo e as armas eram modificadas. 

Após um mês da morte da adolescente, laudos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) vieram à tona. Eles desmentem a versão da amiga de Isabele, apontando que a arma não poderia ter disparado sozinha. Apontou ainda que a pessoa que atirou na adolescente estava dentro do banheiro com a jovem, de frente para ela, e atirou a uma distância máxima de 30 centímetros de seu corpo. 

Para a família de Isabele, também houve falhas nas investigações iniciais, uma vez que a cena do crime não teria sido preservada. O primeiro delegado que assumiu o caso e dois policiais estão sendo investigados pelo Ministério Público.

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