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18/08/2020 às 19:51

Laudos apontam sofrimento psicológico e físico em adolescente investigada por matar Isabele

A informação consta de um relatório psicológico e outro psiquiátrico, feitos a pedido da defesa da família do empresário Marcelo Martins Cestari.

Eduarda Fernandes e Alline Marques

Laudos apontam sofrimento psicológico e físico em adolescente investigada por matar Isabele

Isabele Guimarães Ramos

Foto: Reprodução

A adolescente de 14 anos que assumiu a autoria do disparo que matou Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, na noite de 12 de julho deste ano, tem apresentado sintomas de sofrimento de ordem psicológica e física desde a ocorrência dos fatos. Dentre eles: cansaço, dor de cabeça, batimento cardíaco acelerado, tontura, vertigem, náusea, dificuldades para engolir e dificuldades com o sono e qualidade de sono.

A informação consta de um relatório psicológico e outro psiquiátrico, feitos a pedido da defesa da família do empresário Marcelo Martins Cestari, a fim de evitar que a garota participasse da reconstituição da cena do crime, que ocorre nesta terça-feira (18). Ambos os atestados foram juntados ao processo.

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O relatório psicológico contém cinco páginas e nele aparecem como interessados o empresário Marcelo Cestari e seu advogado Ulisses Rabaneda. No campo finalidade está “Avaliação da condição do estado emocional da adolescente ***, para participação em reconstituição simulada dos fatos”.

Na avaliação psiquiátrica, documento com duas páginas, foram detectados sintomas compatíveis com Reação Aguda ao Estresse. Caso os sintomas permaneçam por mais de 30 dias, o quadro poderá ser caracterizado como Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

“Tendo em vista tratar-se de uma adolescente, com o cérebro ainda em desenvolvimento, eventos estressores de grande impacto como o ocorrido podem contribuir aumentando os riscos para o desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais como Transtorno de Estresse Pós Traumático, Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Transtorno Depressivo”, escreveu a psiquiatra.

Em função de sua vulnerabilidade, a psiquiatra também recomendou que ela não retornasse à residência e não fosse submetida à situação de simulação ou reconstituição dos fatos, “o que poderia ser um gatilho de piora e reagudização de seu quadro clinico, podendo comprometer sua evolução, com prejuízos no seu desenvolvimento afetivo-emocional e social”, concluiu a avaliação psiquiátrica.

Para a avalição psicológica, foram realizadas cinco sessões de atendimentos, entre o período de três a 14 deste mês, com aproximadamente uma hora de duração, sendo o primeiro atendimento com a mãe, o segundo, terceiro e quarto somente com a adolescente e o quinto com a presença de seus pais, Marcelo e Gaby Cestari.

No atendimento inicial com a presença da mãe, Gaby relatou que nas duas primeiras semanas após a ocorrência dos fatos, sua filha apresentou estado emocional exacerbado, com episódios de vômitos, falta de ar, batimento cardíaco acelerado, medo, sono perturbado e crises de choro, o que a motivou buscar ajuda psicológica e psiquiátrica.

“Em atendimentos com a adolescente, foi observado introversão, com dificuldades de falar sobre os fatos ocorridos, visto que esses promovem sofrimento, porém, conseguiu relatar suas emoções. Quando entrevistada sobre seu estado emocional em seu dia-a-dia, após a ocorrência dos fatos, foi possível observar sintomas de ansiedade e estresse”, diz trecho do relatório psicológico.

A psicóloga observou na filha do casal Cestari preocupação, com pensamentos de que algo terrível ainda possa acontecer. Além disso, foi observado dificuldades de lembrar-se de detalhes dos fatos ocorridos.

Quanto ao estado emocional, oscilava entre triste, com medo, chorosa e estável. Já os sintomas físicos incluem cansaço fácil, dor de cabeça, batimento cardíaco acelerado, tontura, vertigem, náusea, dificuldades para engolir e dificuldades com o sono e qualidade de sono, quando não está sob medicação.

Na última sessão, na presença dos pais, eles relataram que alguns sintomas foram amenizados devido à entrada da medicação, como episódios de vômito e falta de ar, porém, os demais ainda ocorrem de maneira frequente.

Conforme o documento, os pais demonstraram preocupação com a saúde da filha, se exposta à reconstituição dos fatos, assim como, a qualidade do resultado da mesma, motivo pelo qual solicitaram a avaliação.

Conclusão
Após avaliar a adolescente, a psicóloga concluiu que ela está apta emocionalmente para participar da simulada dos fatos, pois apresenta sintomas frequentes de ansiedade e estresse.

“Vale ressaltar, que a mesma ainda não passou pelo enfrentamento de entrar em contato com os estímulos associados aos fatos, como local e instrumentos da ocasião, e, caso seja orientada a efetivamente participar do ato e, exposta aos estímulos associados aos fatos, nessa condição, pode apresentar no momento, crises de ansiedade, pânico, bloqueio, crises de choro e tremores, trazendo interferência negativa para saúde da adolescente e para a qualidade do resultado esperado para a reconstituição”.

A adolescente iniciou tratamento psicológico no dia três deste mês e, dois dias depois, o psiquiátrico. “Atualmente, não apresenta remissão dos sintomas, não havendo previsão de alta. Oriento que a adolescente continue o tratamento psicológico e psiquiátrico”, escreveu a psicóloga.
 
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1 comentário

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  • Euzinha 20/08/2020 às 00:00

    Ta viva né???!!! A Isabele esta morta!!!

 
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