19/08/2020 às 16:32
Eduarda Fernandes
Os boatos de que o corpo de Isabele Guimarães Ramos estava no andar térreo da casa onde ela foi assassinada e depois foi levado para o banheiro foi desmentido pelo supervisor de segurança do condomínio Alphaville de Cuiabá, em depoimento obtido com exclusividade pelo Leiagora.
V.C.A. ainda deu detalhes da movimentação dentro do residêncial na noite em que Isabele Guimarães Ramos foi morta com um tiro no rosto, assim como o fato de a potaria não ter sido avisada da morte da adolescente antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
O supervisor de segurança trabalha no condomínio desde 2009, sendo até 2018 por meio de uma empresa terceirizada e, a partir de então, diretamente para o condomínio. Ele relatou ao delegado Wagner Bassi Júnior, que conduz a investigação policial sobre a morte de Isabele, que a família de Cestari sempre foi tranquila e nunca deu trabalho à segurança.
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Na ocasião, V.C.A. disse que não sabia que Isabele frequentava muito a casa dos Cestari. Segundo o supervisor, a casa fica a aproximadamente 1km de distância da portaria, sendo impossível ouvir o som de um disparo na entrada do condomínio.
Ao delegado, ele contou que ninguém da supervisão ou da portaria foram informados sobre o ocorrido na noite em que Isabele morreu até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Só tomaram conhecimento do fato quando chegou uma ambulância do Samu informando que havia uma ocorrência grave dentro do condomínio”.
A entrada da ambulância demorou, pois os médicos não sabiam o endereço da ocorrência e os funcionários da portaria ainda não tinham sido avisados. Após contatar a central e conseguir o endereço, finalmente tiveram a liberada autorizada, entre 22h12 e 22h13, chegando à residência dos Cestari por volta das 22h14.
A todo momento, V.C.A. afirma no depoimento que não entrou na residência, nem ele, nem nenhum outro funcionário do condomínio. Nega, ainda, ter disseminado boatos de que o corpo de Isabele estava na parte inferior da casa.
Após a entrada do Samu, o supervisor da segurança relata que foi com o carro do condomínio até o local, tirou fotos da fachada e as enviou no grupo privado da segurança para mostrar a movimentação na casa. Na frente da residência estavam Gaby Cestari e seu filho. Ela chorava bastante. Quando perguntou a eles o que havia ocorrido, ninguém respondeu V.C.A.
Segundo o supervisor, duas viaturas da Polícia Militar chegaram à casa dos Cestari aproximadamente às 22h24. Um dos PMs solicitou a V.C.A. que se fizesse presente no local um responsável pelo condomínio e ele acionou R.C., que compareceu, mas também não entrou na casa.
Em seguida, por volta das 22h44, ele conta que chegaram sete viaturas da Polícia Judiciária Civil. Já às 22h50, chegaram duas viaturas da Politec.
“O depoente informa que assim que o Samu chegou, a senhora Gaby solicitou que o declarante fosse à casa da senhora Patrícia para trazê-la novamente para a casa dos Cestari, pois, depois que ela viu o corpo da filha (Isabele), voltou para sua casa desesperada”, narra.
O supervisor informa que atendeu o pedido e foi acompanhado por um dos filhos de Gaby, que não soube dizer o nome. Ele explica que teve êxito em levar Patrícia de volta ao local do crime e ela “chorava copiosamente”. Tanto no trajeto de ida, quanto de volta, ele diz que o filho de Gaby nada falou.
Ao final do depoimento, V.C.A. entregou aos policiais prints de seu celular que mostram a conversas no mencionado grupo de whats no dia do fato.
Por fim, declarou que não tinha conhecimento do namoro entre a filha de Cestari que assumiu a autoria do disparo com o adolescente que levou as armas no dia do crime. Também “nunca ouviu rumores” de que a filha de Cestari e Isabele teriam algum envolvimento amoroso.
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