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Notícias / Polícia

25/08/2020 às 19:11

Namorado de adolescente investigada revela teor de mensagens apagadas

As mensagens seriam críticas ao casal Marcelo e Gaby Cestari feitas em um grupo formado por atiradores, pelo fato deles terem em casa armas sem registro.

Eduarda Fernandes e Alline Marques

Namorado de adolescente investigada revela teor de mensagens apagadas

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Foto: Reprodução

O namorado da adolescente investigada pela morte da estudante Isabele Guimarães Ramos prestou novo depoimento. Ao delegado que conduz a investigação, Wagner Bassi Junior, o garoto assegurou que nenhuma das mensagens que apagou de seu celular, em conversa com seu irmão, tinha relação com a cena do crime, pois não estava na residência da família Cestari quando os fatos ocorreram.

As mensagens seriam críticas ao casal Marcelo e Gaby Cestari, pais da adolescente que atirou em Isabele, feitas em um grupo formado por atiradores, pelo fato deles terem em casa armas sem registro.

Leia também - Conversas entre namorado de investigada e irmão sobre morte de Isabele são apagadas

Conforme o depoimento, prestado no último dia 21, o garoto compareceu à delegacia, espontaneamente, na companhia do pai, o empresário Glauco Fernando Mesquita Corrêa, e do advogado Valber Melo, para prestar esclarecimentos sobre as mensagens que apagou de seu WhatsApp, tendo em vista que a Politec não conseguiu recuperar as conversas.

“Com relação à primeira sequência de mensagens ‘não recuperadas’, tratam-se de mensagens extraídas de um grupo de WhatsApp formado por atiradores e que foram encaminhadas ao seu irmão”, diz trecho do depoimento.

Em seguida, ele detalhou que das quatro mensagens não restauradas, a primeira criticava “os pais e a adolescente envolvida”. Já a segunda e a terceira seriam áudios questionando a postura de quem enviou a primeira mensagem. Por fim, o adolescente disse que quarta mensagem não recuperada era um áudio gravado por ele próprio “explicando ao seu irmão que as mensagens enviadas eram o que estava sendo dito em um grupo de atiradores”.

A crítica feita na primeira mensagem seria direcionada à postura de Marcelo e Gaby Cestari, que tinham armas sem registro dentro de casa, e defendia que a adolescente que atirou fosse banida do tiro esportivo. “No áudio, após essa mensagem, um atirador sai em defesa da família Cestari e em seguida um terceiro defende com mais veemência e critica duramente a postura de quem criticou inicialmente no grupo o episódio fatídico”, diz trecho do depoimento.

Ao delegado, ele contou que foi nesse sentido que o irmão lhe mandou a mensagem “aí, tomou”, referindo-se à resposta à primeira mensagem, que rebatia quem fazia a crítica.

No grupo, segundo o depoimento, está o adolescente, seu pai Glauco, além de outros amigos do tiro esportivo. O namorado da menor que assumiu ter atirado em Isabele “viu a discussão no grupo em torno do episódio ocorrido na residência dos Cestari e compartilhou com seu irmão *** que não é integrante do grupo”.

Com relação à segunda sequência de mensagens apagadas, o adolescente relatou que eram comentários que ele fez ao irmão sobre o caso em geral, principalmente sobre a “repercussão sobre o episódio ocorrido, que apesar de não dizer respeito ao declarante, poderia atingir sua carreira como atirador”.

O adolescente admitiu ter receio de que “repassem a responsabilidade do ocorrido sobre seus ombros, mesmo não estando mais no local dos fatos no momento do ocorrido”.

Arma carregada

No primeiro depoimento, o adolescente informou que não havia deixado munição na câmara da arma. Na nova declaração, ele garantiu ainda que sua namorada não viu ele inserir o carregador na arma, movimento que ele fez pouco antes de deixar a residência.

“Pois apesar de estar no mesmo ambiente, ela estava à sua frente e de costas, na direção da porta da sala e ela estava sem campo de visão para o declarante, além de estar distraída”.

Entenda

Uma das filhas do empresário Marcelo Martins Cestari foi quem assumiu ter atirado, acidentalmente, em Isabele. Contudo, o laudo da balística realizado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) descartou a tese de tiro acidental e concluiu que “o agente agressor posicionou-se frontalmente em relação à vítima, sustentou a arma a uma altura de 1,44 m do piso com alinhamento horizontal e a uma distância entre 20 e 30 cm da face da vítima”. O projétil acertou a cabeça da jovem, que morreu na hora.
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