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Notícias / Polícia

28/08/2020 às 17:11

Entenda o esquema montado por fazendeiro e policiais que acabou com 6 pessoas desaparecidas

O esquema acabou vindo a tona durante as investigações que culminou na deflagração da Ooperação Insídia

Luzia Araújo

Entenda o esquema montado por fazendeiro e policiais que acabou com 6 pessoas desaparecidas

Operação Insídia deflagrada nessa quinta

O fazendeiro Agenor Pelissa é pontado como o mentor da ação que resultou no desparecimento de seis pessoas, que supostamente iriam atuar em um roubo em sua propriedade rural na cidade de União do Sul (719 km ao Norte de Cuiabá). O esquema acabou vindo a tona durante as investigações que culminou na deflagração da Ooperação Insídia pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) nessa quinta-feira (28).

De acordo com as investigações, as vítimas desapareceram na propriedade rural do fazendeiro, no dia 18 de abril. No decorrer da apuração sobre o que ocorreu na propriedade foi identificado a participação de pelo menos três policiais miliares, que teriam ainda contado com apoio de um delegado, acusado de corrupção ativa e obstrução da justiça. 

Conforme consta da decisão judicial que autorizou o cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão contra os suspeitos, o produtor rural sabia que ocorreria um roubo em sua propriedade rural, após receber informações de um dos seus funcionários, e por isso solicitou ajuda do comandante da Polícia Militar de Santa Carmem, Evandro dos Santos, para que ele impedisse o delito.

“Apesar de negar ter conhecimento do que ocorreu no seu imóvel, acortinou-se que está bem informado do que aconteceu, inclusive esteve no local dos fatos ajudando os policiais militares de União do Sul a modificar as provas existentes e posteriormente, no intuito de prejudicar as investigações buscou corromper o delegado Regional de Sinop, Dr. Douglas Turíbio, para servir de mensageiro aos delegados responsáveis pela operação e tentar arquivar o inquérito”.

Leia mais: Delegado é alvo de operação e teria tentado barrar investigação sobre desaparecidos

Ainda de acordo com a ação, o comandante da Polícia Militar de Santa Carmem, PM Evandro dos Santos, é suspeito de ter articulado os homicídios e possivelmente ocultado os cadáveres na fazenda. “Agenor o comunicou dias antes dos fatos sobre o possível roubo em sua propriedade, solicitando que fizessem a segurança do imóvel, o que de fato foi feito, inclusive com a viatura da própria Polícia Militar”, informou parte da decisão. 

O que chama atenção é que sequer foi feito boletim de ocorrência ou relatório sobre os fatos ocorridos na propriedade de Agenor. Em coletiva, o delegado Frederico Murta relatou que apesar de os corpos ainda não terem sido encontrados, tudo leva a crer que ocorreu uma execução de seis pessoas. Isto porque a polícia já encontrou roupas, machas de sangue, cápsulas deflagradas e objetos pessoais das vítimas. 


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Na decisão consta que “extratos do GPS do veículo constatou que (os policiais) estiveram na Fazenda Promissão no dia 18.04 no período de 17:00 horas até aproximadamente 21:30 horas, quando juntamente com o PM Marçal saíram e passaram também na Fazenda Santa Rita”.

O policial militar Roberto Carlos Cesaro é outro alvo do envolvimento dos homicídios na fazenda. Na decisão consta que “a prova do seu envolvimento à conexão do seu aparelho celular no IP da rede da fazenda no dia dos fatos entre às 20:05 horas e 22:58 horas”.

Cesaro não atua mais em União do Sul. Ele foi transferido para Sinop.  Consta ainda da decisão que o PM já foi preso anteriormente com outros militares, após uma invasão de terras na região norte do Estado.

Por fim, o delegado regional Douglas Turíbio Schutze acabou se envolvendo nos fatos ao tentar corromper o delegado responsável pelas investigações a retardá-las a pedido de Agenor. Segundo consta  na ação, “ofereceu dinheiro para que houvesse demora na apuração dos fatos. Após o conhecimento da sua participação, foi decretada a quebra de sigilo de dados e interceptação telefônica em seus aparelhos celulares, entretanto pelos relatórios finalizados não houve indícios de outros envolvimentos ou contato entre o delegado com os investigados”.
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