Uma grande quantidade de gafanhotos vem assustando moradores do Distrito da Guia, em Cuiabá. Além da presença dos insetos, que se intensificou há pelo menos 15 dias, destruindo árvores frutíferas com muita rapidez, o fogo também vem tomando conta da região, como nesta sexta-feira (28) - veja vídeos abaixo.
“Eles [os gafanhotos] tão acabando com tudo, pé de manga, cajueiro, todos os dias. Destroem uma árvore num dia só”, relata Josefina de Almeida, presidente da Associação Quinto do Bandeira. Segundo ela, algumas das árvores das fotos enviadas ao Leiagora estão “peladas”, sem folhas nos galhos, por ação dos gafanhotos.
Conforme Josefina, os insetos são tantos que chegam a formar “nuvens”. Além disso, são "imensos". Além da chácara onde ela reside, os gafanhotos já infestam outros locais, como o bairro Machado.
Josefina explica que a situação já se estende desde o início do ano e se intensificou nos últimos 15 dias. “Eles sumiram por um período, mas voltaram a reaparecer”, explica. Ela disse ainda que chegou a procurar a Prefeitura em algumas ocasiões, mas não obteve sem sucesso.
“Não sabemos se cuidamos do fogo ou do gafanhoto”, lamenta Adailza Mattos, outra moradora da região. “Nós que moramos há anos em sítios, as mangueiras são nosso refúgio, é o que faz sombra nesse calor e sabemos que estão tudo indo embora”, complementa.
A Secretaria de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico esteve no Distrito da Guia na manhã desta sexta-feira (28) e, segundo Josefina, constatou a infestação.
A pasta informou, em nota, que está em contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) para “juntos elaborarem um plano de ação para minimizar os danos causados pelos gafanhotos, bem como das queimadas neste período de seca”.
Espécie comum
O Indea-MT, por sua vez, informou que os gafanhotos são comuns na região e irá monitorar os casos, caso sejam constantes, iniciando procedimentos de controle.
"Esse gafanhoto encontrado ali é comum, de dentro do país. Se fosse uma espécie externa, como é o caso da Argentina, a gente daria um tratamento de praga quarenenária. Ele tem controle registrado aqui, produtos agrotóximos que fazem manutençao de populaçao dele", explica o diretor técnico do Indea-MT, Renan Tomazeli.
Alguns fatores podem ter contribuído para esse desequilíbrio, como as queimadas, seca forte, período de calor excessivo. "Isso acelera a reprodução das pragas em geral", complementa o especialista.
Nuvens de gafanhotos passaram a preocupar o Brasil, especialmente agricultores da região Sul, devido à previsão de que, poderiam se deslocar da Argentina. Em julho, no entanto, o MAPA chegou a descartar a hipótese.
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