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Notícias / Polícia

02/09/2020 às 21:06

Versão de adolescente sobre case é totalmente descartada; caixa não estava na cena do crime

O perito apontou ainda que a posição em que a vítima foi encontrada era incompatível com a descrição dos fatos narrados pela atiradora

Eduarda Fernandes e Luzia Araújo

Versão de adolescente sobre case é totalmente descartada; caixa não estava na cena do crime

Foto: Reprodução

O perito criminal Sebastião Dias de Moura, que integra a equipe da Perícia Técnica que investigou a morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, afirma que a case com as armas não estava na cena do crime.  Sebastião foi o perito responsável pela reconstituição simulada do crime.

Em entrevista coletiva, convocada para repassar à sociedade os detalhes dos trabalhos, ele disse que logo após o disparo, duas pessoas subiram até o piso superior da casa e nenhuma delas viu o case nas mãos da atiradora. “Após exames laboratoriais, ela [a case] começa a sair de cena. E ela, durante a reconstituição simulada, essa ideia da retirada dela da cena é corroborada por duas versões de pessoas que sobem imediatamente após o disparo e não enxergam a case na mão da atiradora, e sim no quarto dela. Então é altamente elucidativo”, afirma.

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A versão da adolescente que efetuou o disparo, que é filha do empresário Marcelo Cestari, é que o tiro ocorreu após ela deixar a case com as armas cair e, ao tentar equilibrar a case com uma mão e a arma com a outra, a pistola teria disparado.

Porém, além dos depoimentos das testemunhas, a perícia também concluiu que o case sequer esteve na cena do crime, isto porque, por meio de luminol foi possível identificar vestígios de sangue na arma e na roupa da investigada. Além de rastro de pólvora que chegou a marcar o rosto da vítima. No entanto, nada disse foi identificado na caixa onde a arma estava guardada. 

Vale ressaltar ainda que a investigada teria que guardar a arma no quarto dos pais, localizado ao lado esquerdo da parte superior da casa, no entanto, ela seguiu para a direito, onde fica seu quarto. De acordo com a polícia, ela então teria deixado o case em uma bancada ainda no quarto, e seguido com a arma na mão para o banheiro. 

Em depoimento, a adolescente também afirmou que o disparo teria ocorrido da porta do banheiro, onde supostamente, o case teria caído. Contudo, segundo pontuou o perito criminal, a versão dela é muito difícil de ser comprovada, pois a posição em que a vítima foi encontrada era incompatível com a descrição dos fatos narrados pela atiradora. “Principalmente a posição de queda. É natural que a pessoa em pé tome um tiro que afeta totalmente o seu sistema neurológico, você após ser lesionado, ocorre um desmonte. Seu joelho dobra e você cai para trás. E no caso, na versão que ela fala, o corpo teria que girar em torno de 90 graus para dar aquela posição. E tem o sangue também que ejeta logo após a lesão de saída, também coloca a vítima na posição em que o perito de local a encontra e não a versão dela”, ressalta.

O delegado responsável pelo caso, Wagner Bassi, anunciou também que adolescente responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso, pois ela tinha conhecimento para uso de armas e assumiu o risco de matar ao apontar a pistola para o rosto da amiga. Já o pai, Marcelo Cestari, foi indiciado por homicídio culposo, posse ilegal de arma e fraude processual, por condutas que atrapalharam a investigação, além de responder também por entregar arma a adolescente.
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