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06/09/2020 às 12:25

Governador afirma que MT pode monitorar queimadas 'minuto a minuto'

Multa pode chegar a R$ 50 milhões; ainda assim, perícias e estudos vêm comprovando que incêndios florestais começam por ação criminosa

Maria Clara Cabral

Governador afirma que MT pode monitorar queimadas 'minuto a minuto'

Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT

Com o alerta de que as queimadas são, comprovadamente, em sua maioria, causadas por ação humana, o Governo de Mato Grosso informou que possui tecnologia para identificar os causadores de incêndios florestais criminosos. O governador Mauro Mendes (DEM) assegura que atualmente o Estado consegue identificar onde de fato o incêndio teve início.

“A Sema tem tecnologia para identificar minuto a minuto o que acontece no Estado de Mato Grosso. Em uma região de incêndios recuperamos as imagens do sistema de monitoramento que podem demonstrar quando o fogo começou, aonde ele começou, em que ponto começou. Dessa forma, penalizamos quem de fato deve ser penalizado", pontua o governador.

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Conforme a Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema), a penalidade para quem pratica queimadas ilegais em Mato Grosso pode chegar a R$ 50 milhões de reais em multas ambientais e a detenção de um a quatro anos, em caso de dolo, e de no mínimo seis meses, em caso de incêndio culposo, sem a intenção de provocar o fogo.

Mauro Mendes afirma ainda que a principal meta do Governo é orientar os produtores para evitar que os crimes ambientais ocorram. Com a estiagem de mais de 90 dias em Mato Grosso, o Estado teria intensificado o trabalho de fiscalização e orientação a respeito das implicações das queimadas causadas por ação humana.

Como funciona a fiscalização e responsabilização

No âmbito urbano, as queimadas são terminantemente proibidas durante todo o ano, explica o 1º tenente Edson Mendes Martins Junior, do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental. Já no meio rural, o período proibitivo de queimadas vai de 1º de junho ao final de novembro, conforme prorrogação anunciada pelo Governo do Estado.

“O responsável pelo fogo é verificado pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR). Se o fogo atinge mais de uma propriedade, é verificado onde iniciou. Após a identificação do infrator podemos lavrar o auto de infração”, explica. A perícia para atestar a responsabilidade pelo fogo é realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e pelo Corpo de Bombeiros.

Conforme a legislação federal, as multas são aplicadas pela poluição atmosférica em razão da fumaça causada pelos incêndios e seus danos colaterais, como a destruição do patrimônio de outras pessoas ou público e a morte de animais.

Outro fator importante que contribui para a responsabilização de quem comete os atos ilícitos é o princípio da despersonalização da pessoa jurídica, ou seja, se uma área é de uma empresa com vários sócios, as multas e o processo criminal atingem os sócios, diretores, gerentes e donos.

“A multa pode ser agravada de acordo com vários fatores, como espécie de árvores atingidas que são protegidas por lei, como pequizeiros, aroeira, castanheira. A multa também engloba os animais. Para cada animal morto a pena varia de R$ 500 a R$ 5 mil. Se eu identifico uma onça pintada morta naquela propriedade em razão do incêndio criminoso a multa é maior”, explica.

A falta de conhecimento de alguns produtores rurais e do cidadão a respeito das penalidades para quem pratica queimadas é um fator que tem contribuído para o aumento de focos de incêndio, avalia o 1º tenente.

“O Estado está empenhado em ações de fiscalização intensas em todo o Estado, não falta políticas públicas, campanhas contra as queimadas. Pedimos o apoio e a consciência da população para não atearem fogo para limpeza de pastos, ou até mesmo dentro da cidade, em terrenos, lixos. Temos opções corretas de limpeza para estas ocasiões”.

As penalidades estão previstas na Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605, que descreve no artigo 54 o crime de poluição, que configura o ato de causar poluição, que coloque em risco a saúde humana ou segurança dos animais, ou destrua a flora.
Com assessoria Secom-MT
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