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Notícias / Política

20/09/2020 às 10:00

Jayme diz que omissão dos governos causou o ‘genocídio dos animais’ no Pantanal

O senador ainda falou que o que se viu foi uma extrema pobreza de recursos e disse que o fogo correu solto

Da Redação - Alline Marques / Reportagem Local - Camilla Zeni

Jayme diz que omissão dos governos causou o ‘genocídio dos animais’ no Pantanal

Senador Jayme Campos

Foto: Camilla Zeni/Leiagora

Revoltadíssimo. É assim que pode se descrever a reação do senador Jayme Campos (DEM) sobre a devastação do Pantanal com um das maiores queimadas das últimas décadas na região. Após verificar in loco a situação, o parlamentar não poupou críticas nem mesmo ao governo estadual, de quem é aliado, e muito menos ao governo Federal.

Para o senador, houve omissão por parte dos gestores estaduais e da União  na tragédia que classificou como “genocídio dos animais”.

“Não é possível que Mato Grosso, que considera aqui nosso Pantanal, tanto em Mato Grosso quanto Mato Grosso do Sul, santuário ecológico, nada está sendo feito. O fogo correu solto. Se tivessem agido preventivamente, na hora certa, não teria ocorrido essa tragédia, esse genocídio com nossos animais no Pantanal de ambos os estados”, declarou, em entrevista à imprensa durante a visita a Poconé (100 km de Cuiabá), nesse sábado (19).

Jayme disse estar preocupado com a situação e cobrou mais presença dos dois governos. Não apenas com destinação de material e mão de obra, mas de equipamentos e recursos, observou. “Ainda é preciso que se faça o enfrentamento para combater de forma eficiente”.

O senador avalia que uma pobreza de recurso evidente na região, e que até mesmo os R$ 10 milhões prometidos pelo governo Federal são insuficientes, já que a área é “gigantesca”.

“Precisamos de aeronaves, material humano, atender os animais nos postos avançados de veterinários, os prontos-socorros emergenciais, vi aqui quase nada de recurso sendo disponibilizado para o enfrentamento dessa tragédia que ocorreu no Pantanal e certamente ta ocorrendo em áreas da floresta amazônica brasileira, sobre tudo na região de Mato Grosso”, comentou, lembrando que o estado tem o privilégio de reunir três ecossistema: Pantanal, Amazônia e Cerrado.  

Jayme acredita que está faltando interesse, sobretudo do  governo Federal, mas disse também que houve pouca intervenção por parte do governo do Estado. Para ele, as prefeituras não têm condições de arcar com o custo do enfrentamento que existe muito recurso.

“Aqui demanda de tecnologia, meios suficientes para que certamente possamos tentar minimizar essa tragédia que se instalou em Mato Grosso. (...) Não tem planejamento. Vamos ser honesto, não podemos tapar o sol com peneira. (...) É um pobreza”, desabafou, relatando que o comandante dos bombeiros estaria inclusive leiloando um quadro para poder pagar dívidas. “Ai não dá né, mestre?”, completou, bastante indignado com a situação encontrada.

Sem mão de obra

Considerando o baixo efetivo do Corpo de Bombeiros, evidenciado nesse período de queimadas, Jayme acredita que o governador Mauro Mendes (DEM) precisa realizar um concurso público urgente para bombeiros, que não dão conta de atender a todos os pontos de queimadas nesse período de seca.

“Não é possível! O estado, hoje, tem capacidade financeira. Que busque parceria, então, mas tem que ter consciência da importância do que representa o Pantanal, a floresta e o cerrado. Tem que ser prioridade a preservação do nosso ecossistema”, acrescentou, ainda revoltado.

Já falando em futuro, Jayme também demonstrou preocupação em identificar quantos animais morreram e qual será a destinação das carcaças, para evitar que, com a chuva que chega no fim do mês, esses dejetos sejam jogados em córregos e rios, causando ainda mais prejuízo com a contaminação da água e a mortandade dos peixes.

“Acho que tem que disponibilizar todos os meios do Estado, porque o que eu vi aqui foi uma verdadeira pobreza de recursos para o enfrentamento. São 2.2 milhões de hectares que queimaram, o que causa sérios problemas, não só ambiental, mas também de saúde pública dos dois estados”, finalizou.
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