Com uma taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na faixa dos 55%, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), não vê a necessidade de manter os estudantes fora das salas de aula. No Estado, as aulas estão suspensas desde 23 de março, em razão da pandemia da covid-19.
Para o governador, manter a suspensão das aulas presenciais é uma penalização aos alunos, uma vez que há houve retorno de todas as atividades econômicas. Além disso, Mauro cita que a população já retomou a rotina, ainda que com cuidados redobrados.
“Não podemos penalizar ninguém. As atividades econômicas estão, praticamente todas elas, trabalhando normalmente. Então, por que as escolas não podem começar a voltar? As pessoas estão saindo normalmente, indo para praça, para empresas. Eu vejo as famílias se reunindo. As coisas estão acontecendo. Então, precisamos manter o mesmo nível de cuidado. Entretanto, precisamos retomar, se possível, 100% das nossas atividades”, disse o governador, no município de Cáceres (220 km de Cuiabá), na última sexta-feira (2).
Mauro Mendes destacou que a própria situação da pandemia é considerada sob controle no Estado, de forma que as atividades restantes precisam ser retomadas gradativamente.
Segundo o governador, um planejamento sobre a retomada das aulas deve ser apresentado ainda nesta semana, quando ele também deverá se encontrar com o reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Isso porque, conforme a reitoria da estadual, não há previsão para o retorno das atividades universitárias no campus de Cáceres.
Também nesta semana encerra o período de pesquisa feito pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que até sexta-feira (9) deixa aberta uma pesquisa sobre a possibilidade de retorno das aulas presenciais. O questionário tem cinco perguntas e é direcionado aos pais e responsáveis dos alunos da rede estadual, sendo realizado on-line.
De acordo com levantamento realizado pela Seduc, 65% dos alunos da rede pública não acessaram a plataforma Microsoft Teams, onde são ministradas as aulas virtuais da rede estadual. Os dados foram apresentados no dia 23 de setembro, em reunião com diretores. Ao todo foram criadas 374.350 contas de estudantes, sendo que apenas 130.089 estariam ativas. Dessa forma, são pelo menos 244,2 mil estudantes que não tiveram acesso às aulas online nesse período.
A plataforma da Microsoft é usada pela Seduc desde 3 de agosto, quando as aulas voltaram a ser ministradas de forma não-presencial. Até então, os estudantes contavam com aulas digitais e apostilas, em caso de alunos que não possuem acesso a internet. Além disso, o governo do Estado chegou a veicular aulas via TV Assembleia.
