O calor intenso característico de Cuiabá se intensificou nesse período de seca e provocou um aumento no consumo de energia. Como consequência, também chegou o aumento na fatura dos consumidores. O problema é que a elevação na taxa de consumo tem provocado quedas de energia em determinadas regiões.
Seo Joany Catarino Arantes, de 71 anos, é aposentado e tem problemas cardíacos. Para conseguir suportar os mais de 40ºC que ardem na capital mato-grossense, ele se refugia em seu quarto, onde mantém o ar-condicionado ligado. Na casa, moram somente ele, a esposa e duas netas, mas apenas dois aparelhos de ar funcionam com mais frequência.
De um mês para o outro, Seo Joany viu a conta de energia subir quase R$ 150, indo de R$ 471,18 para R$ 611,40. Segundo o aposentado, atualmente a média da conta é de R$ 940 pelo consumo de energia.
Joany entende que o calor pode contribuir para o aumento da conta de energia, mas contesta os valores. Ele afirmou que já chegou a acionar a Energisa, concessionária de energia do Estado, para verificar a situação. No entanto, não teve respostas concretas. Para ele, além de ter que pagar valores considerados abusivos, o problema é a interrupção constante no fornecimento de energia.
“Acho que o transformador não aguenta o pico de energia e não tem uma manutenção na rede. Só que pagamos por isso”, comentou o aposentado, que mora há mais de 30 anos no Parque Cuiabá. “Eu não posso ficar sem ar o dia todo, porque eu sou safenado, e não tem condições de aguentar esse calor”, justificou.
Além do Parque Cuiabá, outros bairros da cidade também têm sofrido com a queda constante de energia. Segundo a neta de seo Joany, nas últimas semanas, houve queda de luz ao menos um dia na semana. A situação também se repete em municípios como Várzea Grande e Rondonópolis.
Conforme a Energisa, as oscilações na distribuição estão relacionadas à onda de calor e ao prolongamento do período de estiagem. Além disso, a empresa também pondera que, nos horários de pico de consumo, quando há mais equipamentos ligados simultaneamente, as quedas de energia também podem acontecer.
Já em relação ao aumento na fatura de seo Joany, a assessoria da concessionária informou que precisa de detalhes da unidade consumidora do aposentado para verificar a situação.
Confira abaixo, na íntegra, a nota da Energisa enviada à reportagem:
Ao longo dos anos, a empresa tem trabalhado na modernização da rede, com investimentos na casa dos R$ 3 bilhões, o que garantiu que os impactos não fossem mais severos nesse momento. Sem esses investimentos, mais clientes estariam impactados. Obras como da Avenida das Torres, da subestação de Sapezal, da subestação de Rondonópolis, das duplicações de linhas no Araguaia, entre outras, estão fazendo a diferença e sinalizando a importância dos investimentos feitos nesse momento crítico que Mato Grosso está vivendo.
O tema é prioritário para a empresa que trabalha em contingência estratégica, com equipes técnicas mobilizadas e focadas em encontrar soluções que amenizem os efeitos sentidos. Substituição de equipamentos e remanejamento de carga entre subestações para tornar o sistema elétrico mais equilibrado são exemplos de atividades que tem demandado de grande operação a fim de assegurar o menor impacto possível aos clientes.