O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do empresário Eliezer Antônio de Araújo, condenado por associação de tráfico internacional após ter sido alvo da Operação Escalada, em Mato Grosso.
A defesa de Eliezer, patrocinada pelo advogado Artur Bastos Freitas Osti, alegou que em dezembro de 2019 o empresário foi condenado a 19 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado, e 3.870 dias-multa. Na época, foi negado o direito de recorrer em liberdade.
O advogado recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu o pedido de liminar. No STF, a defesa apontou que a decisão que implicou na prisão preventiva do cliente estaria lastreada na "gravidade abstrata do crime", pediu a liberdade provisória de Eliezer e, no mérito, a revogação da prisão.
O ministro, ao analisar o caso, ponderou que a decisão pela prisão preventiva do empresário foi justificada em razão da gravidade do caso, e pelo fato do empresário ser reincidente.
Em trecho da decisão, consta: "O juízo, ao determinar a prisão, considerados dados de análise financeira, assentou ser o paciente financiador de grupo criminoso voltado ao tráfico de drogas. Destacou a apreensão, em poder de corréus, de 4 toneladas de cocaína. Frisou a reincidência. O quadro indica em jogo a preservação da ordem pública e a aplicação da lei penal. Sem prejuízo do princípio constitucional da não culpabilidade, a prisão mostrou-se adequada, ante a periculosidade, ao menos sinalizada", assinalou Marco Aurélio.
Contudo, reconheceu excesso de prazo na prisão do traficante, que passou mais de um ano preso sem ter sido condenado. Em sua decisão, de 7 de outubro, ele ainda destacou a Justiça deixou de anotar ser indispensável a prisão preventiva, de forma que ele deferiu o pedido liminar dos advogados e determinou a expedição do alvará de soltura.
Operação Escalada
A operação foi deflagrada em 6 de novembro de 2018, em cinco estados, além de Mato Grosso. Segundo a Polícia Federal, responsável pelas investigações, uma quadrilha foi presa por tráfico internacional de cocaína quando transportava droga da Bolívia para o Brasil, por meio de aviões que pousavam em pistas clandestinas em Mato Grosso.
Já no estado, a droga era embarcada em caminhões, escondida em fundo falso, e transportada para São Paulo. A investigação também apontou que a organização criminosa comprava veículos e aeronaves em nome de pessoas que nem existiam para ocultar os recursos financeiros oriundos do crime.
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