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Notícias / Polícia

20/10/2020 às 07:10

Após um ano de sumiço, mãe de menino Samuel ainda sonha em encontrá-lo vivo

Samuel tinha 9 anos quando sumiu após pular o muro da casa da avó para brincar na rua

Luzia Araújo

Após um ano de sumiço, mãe de menino Samuel ainda sonha em encontrá-lo vivo

Foto: Reprodução

Um menino carinhoso, alegre, sorridente e que desde pequeno fazia amizade facilmente com quem passava na rua. Foi assim que Anelise da Silva Gomes, mãE de Samuel Victor Carvalho, descreveu o filho que está desaparecido há quase um ano. O sumiço do pequeno, à época com 9 anos, vai completar 12 meses na próxima terça-feira (20) e o seu paradeiro ainda é um mistério para a família e a polícia. 

A jovem mãe, de 24 anos, relatou que os dias sem Samuel parecem uma eternidade e ao ser questionada sobre como é viver sem o primeiro filho, ela quase não consegue responder, relatando apenas que “a saudade é enorme e que está sendo muito difícil viver sem ele”.   

Anelise disse que espalhou fotos do menino pela cidade de Rondonópolis e região em busca de alguma informação que ajudasse encontrar a criança, que desapareceu após pular o portão de casa da avó no bairro Jardim Iguaçu para brincar na rua. Porém, todo o esforço ainda não deu resultado e a família sofre com a ausência de Samuel. 

“Espalhamos fotos dele nos comércios, pontos de ônibus, postes de energia e locais com grande concentração de pessoas, para ver se recebíamos alguma informação sobre ele, mas ainda não conseguimos nada. Todo mundo que chega falando que viu uma criança parecida com o meu filho, passo para a polícia e o investigador vai ver se é ele mesmo, mas sempre não é”. 



A mãe contou que a informação mais recente foi que um menino semelhante a Samuel estaria na cidade de Campo Verde, onde policiais civis estiveram, porém, não era a criança. Apesar das buscas ainda não terem dado certo, a família não perdeu a esperança de encontrar Samuel vivo. 

Anelise disse que não tem inimizade ou briga com ninguém e acredita que quem levou o filho dela não seja da cidade. A mãe disse também que cobra da polícia uma resposta sobre o sumiço, mas segundo ela “eles não têm uma linha de investigação”. 

“Moramos aqui há 16 anos. Crescemos e brincávamos na rua. Nunca imaginávamos que isso aconteceria conosco. Ele pulou o portão para brincar na rua e foi quando pegaram ele. Era costume dele pular o portão, mas eu não tinha medo de alguém pegá-lo, porque aqui nunca teve isso. Meu medo era de o portão cair sobre ele e machucá-lo. Nunca imaginamos que isso vai acontecer com a gente”, relatou. 

Quando Anelise engravidou de Samuel, ela morava com a mãe Lucineide Pinto da Silva Blass, e a pedido da avó deixou o menino com ela quando resolveu sair de casa depois de se casar. A avó materna foi a última pessoa que viu Samuel antes dele desaparecer. Hoje ela sofre de depressão devido à ausência do neto e toma remédios controlados.

Com o desaparecimento do filho, Anelise voltou para a casa da mãe, onde sonha reencontrar Samuel para apresentar a irmã mais nova, Ana Heloísa, nome escolhido por ele antes de desaparecer.  

“Nunca senti que ele está morto. Eu sinto que meu filho está vivo e espero que ele volte logo para casa para acabar com esse sofrimento e angústia. Peço para quem está com ele que devolva o meu filho e se alguém o viu, chame a polícia e nos ajude a encontrá-lo”. 



A investigação

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Rondonópolis informou que em relação ao desaparecimento do menino Samuel o inquérito continua em andamento.

“Nas investigações foram ouvidas diversas testemunhas sobre os fatos, incluindo vizinhos, familiares, conhecidos da igreja que a vítima frequentava, profissionais da escola onde o menor estudava. Também foram realizadas medidas de Polícia Judiciária na tentativa de esclarecer os fatos, contudo até o presente momento não existem indícios da prática de outros crimes, portanto a Delegacia da Mulher continua trabalhando com a hipótese de desaparecimento”, disse trecho da nota.

A Polícia Civil afirmou que todas as informações e denúncias em relação ao caso que chegam à delegacia são objeto de investigação e checagem. “No final do mês de agosto, a equipe da DEDM foi até a cidade de Campo Verde para verificar informações recebidas sobre o possível paradeiro de Samuel, porém, a denúncia não se confirmou”. 

Por fim, a Polícia Civil disse que “continua trabalhando no caso e conta com apoio da população para que novas informações que possam auxiliar as investigações cheguem à unidade”. 


Quem tiver alguma informação que possa levar ao paradeiro de Samuel pode informar a Polícia Civil, com sigilo garantido, pelo Disque Denúncia 197 ou pelo telefone da delegacia (66) 99937-5462.

Núcleo de Pessoas Desaparecidas

Em 2019, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP de Cuiabá teve um percentual de 93% de esclarecimento nas ocorrências registradas no setor. Foram 876 casos de desaparecimentos registrados na unidade, sendo localizadas 816 pessoas. A maior parte dos casos foi registrada em Cuiabá e Várzea Grande.

A Polícia Civil de Mato Grosso criou neste ano um banco de dados, em uma página na internet, para divulgar informações e auxiliar na localização sobre pessoas desaparecidas no estado. A página https://desaparecidos.pjc.mt.gov.br reúne informações conforme as ocorrências registradas nas Delegacias da Polícia Civil no estado.

A nova ferramenta dá mais visibilidade e auxilia a população a colaborar para localização de pessoas que estão desaparecidas em diferentes cidades de Mato Grosso e também em outros estados.
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