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Notícias / Judiciário

29/10/2020 às 18:51

Gaeco passa a investigar pagamento de propina da Caramuru a Emanuel

No último mês, a Defaz enviou a investigação que foi iniciada em outubro de 2016 ao órgão

Eduarda Fernandes

Gaeco passa a investigar pagamento de propina da Caramuru a Emanuel

Foto: Leiagora

Após quatro anos, a Delegacia Fazendária (Defaz) pediu apoio ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) para dar continuidade às investigações acerca do suposto esquema de cobrança de propina envolvendo o hoje prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). No último mês, enviou a investigação que foi iniciada em outubro de 2016 ao órgão.

O caso veio à tona durante as últimas eleições municipais, quando o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), e então adversário de Emanuel, denunciou a situação à Defaz. Na ocasião, o parlamentar entregou vários documentos que comprovariam que Emanuel teria “facilitado” a concessão de benefícios fiscais à empresa Caramuru Alimentos S/A, isentando-a de seguir os ritos legais, recebendo em troca pagamentos que somaram R$ 4 milhões. O dinheiro teria entrado na conta dos parentes do prefeito.

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“Após provocação do Ministério Público, o inquérito relativo à demanda apresentada foi instaurado em 24 de outubro de 2016 pela Delegacia Fazendária. Em setembro deste ano, a Delegacia Fazendária solicitou o apoio do Gaeco e encaminhou o inquérito ao grupo para continuidade das investigações”, informou o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) ao Leiagora.

O MPMT também pontua que não é possível passar detalhes sobre o andamento da investigação, pois a mesma está sob sigilo. O Leiagora contatou Wilson para saber se ele tem acompanhado o caso e ele respondeu que não, pois está focado em outras questões.

Conforme a denúncia de Wilson, o pagamento dos valores teria sido feito por meio das empresas do irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, o Popó, da esposa dele, Bárbara Noronha, e da irmã de Bárbara, Fabiola Noronha.

Wilson disse que o pedido de enquadramento da Caramuru no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), para obter o inventivo fiscal, só teve andamento após Emanuel intervir junto à secretaria de Indústria e Comércio, à época comandada por Allan Zanatta, que estaria no cargo por indicação de Emanuel.

Zanatta foi alvo da Operação Sodoma, que investigou esquema de fraude na concessão de incentivos fiscais em troca de propina. Ele negou participação.

Ainda de acordo com a denúncia do deputado, após o requerimento ser deferido, as empresas do irmão e cunhada de Emanuel teriam emitido R$ 4 milhões em notas em favor da Caramuru, como forma de “lavar” a propina.

Wilson apresentou uma gravação contra Popó e sua esposa como elementos de prova para robustecer a denúncia. De acordo com o parlamentar, eles estariam desesperados e com medo de que o caso atingisse Emanuel.

Os pagamentos teriam sido feitos em 2014, durante a gestão do então governador Silval Barbosa, conforme o processo da Caramuru ia caminhando dentro do governo.

À época em que o caso foi denunciado, Emanuel emitiu nota afirmando que nunca teve qualquer negócio ou relação empresarial com as empresas do irmão, da cunhada e da irmã dela, e que cabia a eles prestar explicações sobre os honorários recebidos da empresa Caramuru. Emanuel defendeu a apuração dos fatos, mas classificou a denúncia como “factóide”.
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