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02/11/2020 às 15:33

No dia de finados, famílias fazem homenagens adiadas pela pandemia

Durante a pandemia, os enterros aconteceram com o caixão lacrado e os velórios com duração de uma hora para até dez pessoas

Leiagora

No dia de finados, famílias fazem homenagens adiadas pela pandemia

Foto: 02.11.2014/Arquivo/José Cruz/Agência Brasil

Famílias que perderam parentes por covid-19 durante a pandemia encontram neste Dia de Finados (2), a primeira oportunidade para se despedir e prestar homenagens às vítimas. Foi autorizada pelo governo do Estado, com aval da Prefeitura, a visitação aos cemitérios após quase sete meses de restrições. Durante a pandemia, os enterros aconteceram com o caixão lacrado e os velórios tiveram sua duração limitada a uma hora para, no máximo, dez pessoas.

Com duas sacolas de supermercado cheias de flores, a professora aposentada Maria Aparecida Pinheiro, de 73 anos, planejou uma visita ao cemitério do Araçá, zona oeste de São Paulo, logo pela manhã. Ela queria prestar homenagens à colega de profissão Maria Eugênia Azeredo dos Santos, que faleceu de covid-19 meses atrás. "Eu fui antes ao cemitério, mas estava muito vazio. Não havia nem flores. Muita gente está voltando hoje", diz a moradora da zona norte.

O cemitério do Araçá foi apenas um dos endereços visitados pela professora. No começo da manhã, ela já havia visitado o Cemitério do Horto, na zona norte. Ali, ela se despediu da mãe, Andrelina Pinheiro, que faleceu de insuficiência respiratória antes do início da pandemia.

Maria Alice, que preferiu fornecer apenas o primeiro nome, também foi ao Araçá pela primeira vez em quase sete meses. "Eu não vim durante a pandemia por causa do receio de contaminação. Eu enterrei quase minha família inteira aqui. Os outros estão no cemitério da Cardeal. Não sobrou ninguém", afirma.

Os cuidados de prevenção mudaram a paisagem dos cemitérios. Na entrada do cemitério do Araçá, funcionários faziam a medição da temperatura. Frascos de álcool em gel foram oferecidos na entrada da avenida Dr. Arnaldo. Os bebedouros estavam lacrados. No cemitério da Consolação, também na zona oeste, as missas estão sendo realizadas com cadeiras bastante espaçadas, com metade da capacidade habitual. Os cemitérios exibiam informações sobre o uso obrigatório de máscara. Banheiros químicos femininos, masculinos e para pessoas com necessidades especiais também foram oferecidos nesta segunda.

A expectativa das entidades do setor é de que os cemitérios recebam um número menor de pessoas em relação aos anos anteriores. No cemitério do Araçá, o movimento cresceu ao longo da manhã com filas de carros na entrada principal. O Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) recomenda que o acesso seja restrito a 60% da ocupação.

Para evitar aglomerações, a maioria dos 22 cemitérios privados decidiu não realizar cerimônias religiosas nem mesmo em locais abertos. Funcionários do cemitério da Consolação revelaram que muitas pessoas fizeram a visita ao cemitério no dia anterior para evitar aglomerações no Dia de Finados.
Estadão Conteúdo
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