Convidado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para explicar uma notícia falsa sobre o fechamento de 300 escolas no Estado, o secretário de Educação, Alan Porto, criticou a velocidade com que a informação “falsa” foi espalhada, e se negou a afirmar a extinção das unidades escolares. Ele, porém, falou em “reordenamento” de 19 escolas, sendo cinco delas de Cuiabá e Várzea Grande.
Na galeria da ALMT, dezenas de militantes, representantes do corpo estudantil e das diretorias escolares estiveram presentes para protestar. E, sob vaias, Alan tentou explicar os motivos que levaram a Seduc a fechar determinadas escolas. Segundo ele, havia a necessidade de “otimização”, uma vez que algumas unidades funcionam em prédios locados e outras estariam entre duas outras escolas estaduais.
À imprensa, Porto explicou que a Seduc ainda está elaborando estudo nos municípios para avaliar as unidades escolares que podem entrar na lista de desativação. Garantiu que, contudo, não serão 300, mas 19 em todo o Estado. O número, porém, não foi repassado durante a conversa com os deputados e na presença dos militantes.
“Isso é uma fake news. Uma mentira e um desrespeito com a comunidade escolar. São pessoas que estão preocupadas em gerar pânico na sociedade. Não se fala em fechar 300 escolas, é mentira”, garantiu o secretário.
Alan Porto também garantiu que já visitou todas as unidades escolares de Cuiabá e Várzea Grande quando ainda era secretário-adjunto, e que conversou com todos os assessores pedagógicos e representantes do Sintep. Disse ainda que há três semanas dialoga com o restante da comunidade escolar, mas que a decisão está tomada.
Os deputados que propuseram a convocação do secretário não se deram por satisfeitos com as explanações de Alan Porto e afirmaram que vão solicitar uma audiência pública, uma vez que a Seduc tem pressa em definir a reordenação das unidades.
Lúdio Cabral (PT) criticou o fato do secretário não ter sido claro em suas respostas, mas atribuiu as medidas adotadas pela Seduc ao governador Mauro Mendes (DEM), a quem faz oposição. Ele, que é médico sanitarista, também chamou a atenção para a aglomeração que será gerada com a reordenação dos estudantes e alegou que a medida é um contrassenso nesse momento.
“Estamos no meio de uma pandemia e 2020 foi um ano que esgarçou todas as relações da comunidade escolar, e aí, ao invés de concentrar energia para o retorno seguro das atividades, anuncia fechamento quando deveria ampliar espaço para dar segurança aos funcionários e crianças?”, se indignou.
O deputado Henrique Lopes (PT) também pontuou sobre a incerteza em razão da pandemia da covid-19 e chamou a atenção para o risco de evasão escolar que pode ser provocada com essas mudanças. O parlamentar ponderou não estar fechado ao diálogo, mas que é necessário uma avaliação além do resultado do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), fator que foi mencionado pelo secretário de Educação.
A data da audiência pública solicitada pelos parlamentares ainda não foi confirmada, segundo Henrique.
